Notícias

Preço da gasolina sobe 10% no próximo sábado

Guarulhos, 04 de abril de 2002

arteO preço da gasolina vai subir 10,08% nas refinarias, a partir do próximo sábado. Para o consumidor, o reajuste deve ficar em torno de 7% e 8%. Essa foi a resposta do governo à disparada nos preços do petróleo nos últimos dias no mercado internacional, cujo barril chegou a bater US$ 28 na terça-feira. Segundo analistas, apesar de o Brasil já produzir 75% do petróleo que consome, está mais dependente do mercado externo, ou seja, se o preço sobe no exterior, há reflexos quase que imediatos no país. A Petrobras decidiu só fazer novos reajustes com um intervalo mínimo de 15 dias, independentemente das oscilações no mercado internacional.

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), José Luiz Mota Afonso, disse que ainda não pode prever de quanto deverá ser o repasse para as bombas de gasolina. Segundo ele, os donos de postos só reajustam os preços depois que recebem o combustível comprado, já com os novos valores. Sem querer fazer estimativas, Mota Afonso admitiu, no entanto, que o repasse costuma ser integral.

– O posto é a penas a ponta final. Quando a gasolina chega no estabelecimento é que o dono (do posto) faz as contas para revender o combustível – explicou.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do estado de São Paulo (Sincopetro) estima que o aumento da gasolina para o consumidor final deve ficar entre 7,5% e 8%. O reajuste decorre do aumento de 10,08% determinado pela Petrobrás para a gasolina pura (sem álcool) nas refinarias. Esse aumento, provocado pela elevação das cotações do petróleo no mercado internacional, vale a partir da zero hora de sábado.

A Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis

(Fecombustíveis) também estima um reajuste entre 7% e 8% para o consumidor final. Segundo o vice-presidente da Federação, Aldo Guarda, o repasse para as bombas será imediato, acredita Guarda. Ele explicou que o percentual de reajuste vai variar de estado para estado, de acordo com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Segundo o vice-presidente da Fecombustíveis, os postos têm repassado todos os aumentos promovidos nas refinarias, e não será diferente desta vez.

– Quem não repassar, quebra.

Nos últimos 15 dias, influenciada pela alta do barril de petróleo, a gasolina esteve de 21,70% a 23,53% mais cara do que na quinzena que antecedeu o dia 16 de março, data do anúncio do último reajuste feito pela Petrobras.

A estatal lembra, na nota oficial em que anuncia o reajuste, que mesmo com este novo aumento, o preço médio da gasolina nas refinarias ainda fica 7,22% menor que o praticado em dezembro de 2001. A Petrobras informa, também, que sua política de preço da gasolina nos próximos 90 dias será de só fazer aumentos após um período mínimo de 15 dias depois do último ajuste, independentemente das oscilações diárias do mercado internacional.

Maria Fernanda Delmas e Juliana Rangel