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Próximo desafio é reduzir o spread bancário

Guarulhos, 18 de novembro de 2003

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira, 17, que o grande desafio do sistema financeiro brasileiro para os próximos anos será diminuir o custo e o spread bancário. Ao mesmo tempo, o objetivo é aumentar o acesso aos serviços financeiros no país.

O spread é a diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos de aplicadores e a taxa que ele cobra na hora de emprestar a terceiros.

Ele manifestou ainda que o BC já vê sinais importantes na expansão do crédito, ressaltando medidas como o empréstimo com consignação em folha de pagamento e o microcrédito.

Segundo o presidente da autoridade monetária, o crédito com consignação vai preencher um espaço importante entre os trabalhadores do mercado formal, enquanto o microcrédito atenderá as pessoas que se encontram fora do mercado de trabalho formal. “Essas duas medidas conjugadas com outras serão muito importantes na expansão do crédito nos próximos anos” , observou.

O presidente do BC não comentou expectativas de redução da taxa básica de juro da economia, a Selic. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que analisa o comportamento do juro, será realizada na terça e na quarta-feira. A Selic está em 19% ao ano.

Meirelles defende transparência no setor

O presidente do Banco Central, que participou de seminário sobre atendimento bancário organizado pela Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban), defendeu ainda o aumento na transparência do setor.

“Nossa intenção é clara: sem mágicas ou surpresas, queremos aumentar a competição e a transparência na operação do sistema financeiro e bancário. Assim, estaremos garantindo, entre outras coisas, uma melhoria na prestação de serviços ao cidadão”, comentou.

Meirelles expressou também que em um ambiente de perfeita competição a auto-regulação possui um papel primordial. Ressaltou, no entanto, que a auto-regulação não elimina a necessidade de edição de normas claras pelo poder público. Além da função regulatória, o presidente do BC destacou também que a entidade deve exercer um importante “papel pedagógico” na difusão de regras de defesa do consumidor.

Nesse sentido, destacou duas linhas de ação – a primeira refere-se à orientação à população sobre os direitos nos relacionamentos com as instituições financeiras e o segundo é a interação constante com as próprias instituições para buscar um aperfeiçoamento das garantias dadas aos clientes.