Pesquisa aponta falhas dos gestores globais
A KPMG e o instituto de pesquisas britânico Create realizaram um amplo estudo sobre a gestão de recursos globais, para o qual foram ouvidos altos executivos representando um universo de 185 empresas que administram o equivalente a 19 trilhões de euros (US$ 21,4 trilhões) em 20 países. A perspectiva para o setor mostrada pela pesquisa é pessimista: 40% das empresas devem apresentar prejuízo em 2003.
Muitas delas terão de optar entre ser vendida ou se submeter a um processo radical de reestruturação. O documento destaca as “linhas defeituosas” que deixaram o setor na atual situação e que incluem desde a falta de foco dos negócios até os egos inflados dos gestores.
Segundo o estudo, muitos produtos foram lançados sem que se considerasse as necessidades dos consumidores, a exposição ao risco e os custos econômicos. Quanto aos gestores, a pesquisa sugere que os salários dispararam, enquanto as bonificações eram garantidas ou vinculadas aos Fundos Sob Administração (FSA), sem considerar os méritos do profissional.
Certeza de lucros
“Fama e fortuna se tornaram uma certeza”, afirma o documento, que critica ainda o excesso de ênfase do setor nos Fundos sob Administração. “Os lucros se tornaram uma certeza aritmética na esteira da alta dos mercados e das taxas relativamente fixas, em detrimento da eficiência”, acrescenta.
A pesquisa aponta ainda um vácuo de estratégia, assim como de liderança entre as “linhas defeituosas” da indústria. As estratégias do setor continham mais moda do que conteúdo e não eram checadas contra a realidade, afirma o documento.
Regina Cardeal