Países farão proposta para ampliar Mercosul
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Argentina, Néstor Kirchner, e do Chile, Ricardo Lagos, decidiram nesta segunda-feira (14) “fortalecer e ampliar o Mercosul, a fim de convertê-lo em um bloco sólido” para negociar com os EUA e a UE. Na reunião, os presidentes decidiram propor uma série de medidas de integração concretas “em um prazo de 60 dias”. Para isso, convocaram uma reunião extraordinária.
Em reunião trilateral anterior à segunda sessão da Cúpula da Governança Progressista 2003, realizada desde domingo e que termina nesta segunda (14) em Bagshot (sudeste da Inglaterra), os três dirigentes definiram sua posição sobre a cúpula e repassaram também assuntos de interesse comum.
“Vamos convocar uma reunião extraordinária do Mercosul para discutir um plano de ação específico para toda a América do Sul”, antecipou Lagos em entrevista coletiva conjunta.
Por iniciativa de Lula, os presidentes decidiram levar a união comercial para além das atuais fronteiras, com o objetivo de convertê-la em interlocutor “forte” frente aos Estados Unidos e à União Européia (UE).
“Reconhecemos que é um momento histórico importante e queremos avançar em fatos concretos para uma maior integração (da América do Sul). Devemos ser uma voz plural e integrada”, declarou Kirchner.
Segundo os três governantes, a América Latina deve buscar uma maior integração física com a melhora das infra-estruturas viárias e tecnológicas, se quiser conseguir o pleno desenvolvimento.
Os ministros de cada país discutirão os detalhes na próxima reunião técnica da Cooperação Andina de Fomento, marcada para agosto.
Uma vez concretizadas, essas medidas “físicas” de integração precisam ser financiadas. Além dos recursos próprios, Lula propôs, durante a conferência em Londres, a criação de um fundo internacional de promoção do desenvolvimento, fora do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, instituições consideradas obsoletas pelos três dirigentes. Os presidentes trabalharão neste projeto para propô-lo em fóruns internacionais, afirmou Lula.
Também no contexto da economia e do desenvolvimento, Kirchner, Lula e Lagos definiram uma postura comum com vistas à segunda rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), em setembro em Cancún (México).
Atualmente, o Mercosul é integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai; a Bolívia e o Chile são membros associados e o Peru negocia sua incorporação.
