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País prepara plano de guerra para evitar a falta de gasolina

Guarulhos, 19 de março de 2003

O governo brasileiro já se prepara para as consequências de um ataque dos EUA ao Iraque no que diz respeito aos combustíveis.

Representantes de distribuidoras, como Shell, Esso e Ipiranga, foram convidadas pelo Ministério de Minas e Energia a participar de um programa de contingenciamento do consumo de gasolina no país, se a guerra durar mais de 30 dias.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalha com três cenários para enfrentar uma eventual guerra:

– Nos dois primeiros, que considera mais provável, o conflito entre EUA e Iraque não duraria mais de um mês. Nesse caso, a Petrobras teria condições de manter o fornecimento de gasolina, diesel e óleo combustível.

– No cenário menos provável – se a guerra for mais longa -, o governo quer contar com a participação das distribuidoras.

Uma das idéias é estabelecer cotas para a distribuição de combustível. Setores considerados prioritários, como hospitais, não seriam afetados. Os postos de gasolina teriam de participar do corte.

O governo também poderia restringir o consumo por meio do aumento de preços, segundo o representante de uma distribuidora de combustível que participou do encontro com representantes do Ministério de Minas e Energia.

A má notícia para o consumidor é que as distribuidoras estão na expectativa de que possa ocorrer aumento de preços nos combustíveis de uma hora para outra, com ou sem guerra.

Isso porque, segundo elas, existe uma defasagem em torno de 17% no preço da gasolina e de 25% no preço do diesel por causa do aumento do preço do petróleo no mercado internacional, além da alta do dólar.