OAB e CNBB querem uso do voto contra corruptos
Com apoio da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), foi iniciado em Brasília o movimento do “voto consciente”…
… destinado a alertar o eleitor a não votar em candidatos envolvidos em casos de corrupção. A meta é levar esse lema às cerca de 400 seccionais da OAB e 10 mil paróquias em todo o País. Na opinião do representante da OAB na coordenação da campanha, Amauri Serralvo, o eleitor consciente da sua responsabilidade tende a fazer uma seleção natural no poder político.
Embora não tenha ainda recebido comunicado da CNBB sobre a campanha, o bispo de Guarulhos e região, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini considerou importante a iniciativa e disse que irá participar. “É necessário que a população fique atenta aos compromissos dos canditados com a ética e com as prioridades do País”, afirmou. “Estou muito satisfeito em saber dessa iniciativa e, na realidade, já estava pensando em fazer alguma coisa por minha própria conta aqui em Guarulhos”, completou. “Com o respaldo da CNBB será mais fácil”.
A campanha pelo voto consciente também foi bem recebida pelo presidente da regional da OAB-Guarulhos, Airton Trevisan. “Não há dúvidas de que vamos participar. Sempre tivemos participação ativa nas campanha pela ética na política. Na conjuntura atual, é preciso trazer à baila o que está ocorrendo no País para que a população avalie e puna com o voto aqueles que transgrediram”, disse. Para Airton Trevisan, passa a ser o principal instrumento à disposição do povo para fazer valer a sua indignação. “No Congresso, houve duas ou três cassações, mas o que vimos foi um espetáculo de impunidade. Cabe à população agora fazer seu julgamento pelo voto”.
O movimento visa a criação de comitês, a realização de palestras, bem como a distribuição de folderes, cartilhas e outros materiais de campanha para o esclarecimento do eleitor. Por meio dos comitês, o movimento vai colher ainda denúncias de corrupção eleitoral a serem encaminhadas ao Ministério Público. Está descartada, porém, a defesa do voto nulo como forma de protesto. Para a coordenação do movimento, “esse tipo de protesto é e não leva a coisa alguma”.