Notícias

Microempréstimo ao custo de 2% ao mês

Guarulhos, 10 de julho de 2003

ArteO ministro da Fazenda, Antônio Palocci, reafirmou que a taxa de juros para operações de microcrédito deve ser fixada, nos próximos dias, em 2% mensais. A medida, segundo ele, deve ser editada “nos próximos dias”, pelo Conselho Monetário Nacional. Na semana passada, Palocci chegou a reconhecer que 2% era uma taxa muito reduzida.

O ministro lembrou que o recente pacote de medidas de incentivo às microfinanças e cooperativas é uma forma de o governo tentar atacar a questão da distribuição de renda no País.

“Nos últimos 30 anos, não houve distribuição de renda no Brasil”, afirmou.

Ao sair de café da manhã com a bancada de apoio ao governo na Câmara dos Deputados, o ministro comentou, ainda, informações de organismos multilaterais, que apontam deterioração em diversos níveis no País.

“O pessimismo existe, mas o que é mais forte na sociedade brasileira é o otimismo. Vimos isso na reação da economia a partir do fim do ano passado”, afirmou ele.

Lei de Falências

O líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), disse que na reunião com líderes e vice-líderes dos partidos, o ministro da Fazenda mais uma vez destacou a importância da aprovação da Lei de Falências para diminuir o spread bancário “diferença entre juros de captação e de empréstimo” e a necessidade de um marco regulatório para investimentos privados em setores importantes como infra-estrutura.

O ministro disse, segundo relato de Aldo Rebelo, que o fato de a inflação estar em queda cria um cenário favorável para a queda dos juros, destacando que em março os juros reais foram negativos e que a inflação está em queda.

“Tão importante quanto a redução de meio ponto percentual na taxa de juros foi a sinalização de que agora no Brasil os juros estão em queda, disse Aldo, citando o ministro.

Atualmente a taxa básica de juros (Selic) está em 26% ao ano, considerada muito elevada.

Segundo o líder do governo, o ministro brincou dizendo que os governadores querem aumentar a receita e os empresários querem pagar menos impostos, mas toda vez que ele diz “vamos retirar a reforma tributária” ninguém aceita, porque há convicção de que ela é necessária.

Palocci reafirmou que os Estados não vão perder dinheiro com a reforma porque o governo está repassando a eles recursos do ITR e criando um fundo com 2% do IPI e outro para compensar a perda de recursos com a desoneração das exportações.

O ministro lembrou que o pacote de medidas de incentivo às microfinanças é uma forma de o governo distribuir renda.