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Mão de obra pressiona custos do setor

Guarulhos, 06 de fevereiro de 2013

Com o mercado de trabalho aquecido e a mão de obra cada vez mais valorizada no País, os custos da construção de imóveis começaram o ano pressionados. De acordo com pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC) teve alta de 0,39% em janeiro, variação superior à registrada em dezembro (0,29%). As principais influências para a aceleração do indicador vieram dos empregados do setor, com destaque para serventes (alta de 0,61%), ajudantes especializados (0,35%), carpinteiros (0,41%) e pedreiros (0,33%). O índice é normalmente usado para correção de prestações de imóveis comprados das construtoras,

O INCC encerrou 2012 com alta de 7,23%, mas em janeiro deste ano o acumulado em 2012 havia recuado um pouco, para 6,94%, sob influência da queda média de preços de produtos como massa de concreto (-0,19%) e vergalhões e arames de aço (-0,12%). “O índice em12 meses diminuiu, mas a tendência é de que volte a subir nos próximos meses com os novos reajustes esperados para mão de obra”, afirmou o coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, Salomão Quadros.

A desaceleração do INCC em um período de 12 meses de dezembro para janeiro também foi resultado de um efeito estatístico: saiu da série o aumento de 0,67% do índice no primeiro mês do ano passado, pouco menos que o dobro da taxa de janeiro de 2013.

Emprego – Outros indicadores confirmam a pressão sobre os custos da mão de obra. Segundo a última pesquisa de emprego e desemprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação da construção civil no total de pessoas ocupadas no País chegou a 7,8%, percentual mais elevado do que os observados nos anos anteriores – havia sido de 7,7% em 2011 e de 7,3% em 2010. A pesquisa inclui resultados das seis maiores regiões metropolitanas brasileiras (Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo). Aumentou também a qualidade do trabalho na construção. A quantidade de empregados com carteira assinada passou de 22,7% do total do setor em 2004 para 40,4% no ano passado. O rendimento médio terminou 2012 em R$ 1.547,80.