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Liquidação planejada garante ganhos

Guarulhos, 07 de janeiro de 2010

Evidenciar para faturar mais. Essa é a recomendação de especialistas em varejo aos comerciantes que apostam nas tradicionais liquidações de começo de ano que, geralmente, são realizadas até a primeira quinzena de janeiro.

De acordo com eles, criar visuais diferenciados tanto para vitrines quanto para o interior das lojas e aprimorar o atendimento são estratégias que podem levar a crescimentos de 20% a 30% nas vendas.

Para o professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), Maurício Morgado, os comerciantes devem analisar o espaço físico e delimitar as áreas mais visitadas pelos consumidores e colocar as ofertas diante deles sem obstáculos.

Ele alerta, no entanto, que é importante evitar qualquer tipo de poluição visual que possa depreciar as mercadorias expostas.

Noivas – Entre os estabelecimentos que resolveram incrementar o atendimento para atrair mais clientes durante o período de promoção está o Fashion Noivas, localizado na rua São Caetano, zona central de São Paulo. Além de mais de 800 modelos com preços até 66,6% inferiores – em alguns casos os valores caem de R$ 4,5 mil para R$ 1,5 mil –, a loja irá oferecer todos os domingos do mês de janeiro consultas gratuitas com estilistas para o desenho de vestidos e dicas de acessórios.

Liquidação Fantástica – No caso da rede varejista Magazine Luiza, a fórmula continua a mesma, mas a abrangência da promoção ganha, em 2010, novas proporções. A Liquidação Fantástica, antes restrita ao interior paulista e cuja marca registrada está nas enormes filas de consumidores madrugada afora, foi ampliada aos consumidores da região da Grande São Paulo.

A promoção começa amanhã em 456 unidades da rede. Os descontos oferecidos em todos os produtos chegam a 70%. As lojas da Grande São Paulo serão abertas às 5 horas e as demais, às 6 horas. A expectativa é atrair os consumidores que deixaram de comprar eletroeletrônicos de maior valor em dezembro para aproveitar a redução nos preços no início do ano.

Projeções – Na avaliação da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o número de estabelecimentos que vai adotar a estratégia em 2010 será menor que no ano passado, assim como o prazo de duração das liquidações. “No início de 2009, os comerciantes tentaram vender maiores quantidades para reduzir os efeitos provocados pela crise internacional sobre os consumidores que ficaram temerosos e menos propensos a comprar”, diz o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da ACSP, Emílio Alfieri.

Ele evita fazer projeções de qual será o resultado das liquidações sobre as vendas dos lojistas uma vez que, tradicionalmente, janeiro é um mês fraco para o comércio paulistano em virtude das férias e da “ressaca” do Natal.

Brás – O centro da capital paulista reflete a avaliação da entidade. Já existem estabelecimentos com faixas de liquidação em suas vitrines, mas em quantidade menor que em janeiro de 2009.

Nos estabelecimentos do bairro do Brás, na zona leste, a expectativa é de que as liquidações de verão aumentem as vendas em 8% no comparativo a igual mês do ano passado, de acordo com projeção feita pelo diretor da Associação dos Lojistas do Brás (Alobrás), Jean Makdissi Júnior.

Além da crise que atingiu as vendas de Natal em 2008, as lojas do bairro, que atuam no segmento de confecções precisam desovar estoques uma vez que é preciso abrir espaço para a coleção outono-inverno.