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Juros para pessoa física tiveram nova alta em abril, diz BC

Guarulhos, 28 de maio de 2005

Na contramão das demais operações, juros para financiamento de bens de consumo caíram 4,7 pontos

Diário do ComércioAcompanhando a alta da taxa básica (Selic), os juros ao consumidor voltaram a subir em abril. De acordo com números divulgados na última quarta-feira pelo Banco Central, nas operações de cheque especial a taxa ao ano chegou a 147,6%, uma alta de 1,5 ponto porcentual em relação ao mês anterior.

Nas operações de crédito pessoal a alta foi de 0,6 ponto porcentual, passando de 74,4% ao ano em março, para 75% em abril. Já nas operações de crédito consignado, cujas parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento, o BC registrou queda de 1,6 ponto porcentual na taxa média, que ficou em 36,5% ao ano. Com a redução, a modalidade passa a apresentar taxas mais baixas que as operações para financiamento de veículos, que fecharam abril com 37% ao ano. As operações de financiamentos de bens de consumo tiveram queda de 4,7 ponto porcentual, baixa determinada pelos convênios feitos entre bancos e grandes redes de varejo.

Na média, os juros para empréstimos a pessoas jurídicas ficaram em 33,3% ao ano em abril, com alta de 0,4 ponto porcentual em relação a março.

O spread bancário (diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes) teve incremento de 0,2 ponto porcentual em abril e ficou em 29 pontos porcentuais, considerando empresas e pessoas físicas.

Mais volume ” Os dados do Banco Central revelam também que o volume total de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 515,4 bilhões em abril. O número representa expansão de 1,7% no mês e de 20,5% nos doze meses anteriores. O estoque de crédito fornecido com recursos livres chegou a R$ 299,6 bilhões no período, o que indica altas de 2,9% no mês e de 24,9% nos últimos doze meses.

O volume de crédito para pessoa jurídica em abril foi de R$ 169,7 bilhões. O valor aponta para aumento de 2,5% em relação a março e foi determinado pelo crescimento das modalidades com recursos domésticos, que subiram 3,5% no mês, alcançando R$ 120,1 bilhões. A média diária de concessões de crédito para empresas com recursos internos também subiu. Totalizou R$ 2,9 bilhões em abril, com alta de 6,1%.

BNDES “ As consultas feitas pelas empresas ao BNDES, um termômetro das intenções de investimentos futuros, diminuíram 5,9% nos primeiros quatro meses do ano, comparativamente a igual período de 2004. “Houve uma parada momentânea na procura, mas como as empresas têm outras fontes de financiamento, como o lançamento de títulos e ações no mercado e empréstimos junto a bancos privados, esse recuo não significa necessariamente redução dos investimentos, na mesma proporção”, afirmou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

Vanessa Jaguski/AE