Inflação cai, mas vem aí uma forte pressão da gasolina
A inflação em São Paulo caiu para 0,07% em março, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo. O indicador ficou levemente abaixo do esperado, após registrar alta de 0,26% no mês anterior. A inflação de 0,07% é a menor desde novembro de 2000, quando houve deflação de 0,05%. No ano, o IPC acumula alta de 0,90%, e de 7,02% nos últimos 12 meses.
O setor de alimentos, grande vilão da inflação desde janeiro, foi um dos responsáveis pela queda da taxa em março – com uma redução média de preços de 0,27%. Os grupos habitação e despesas pessoais também registraram deflação, de 0,16% e 0,36%, respectivamente. A maior alta ficou por conta do segmento de transportes, confirmando as previsões de que o aumento da gasolina autorizado pelo governo a partir de 16 de março teria impacto sobre a inflação. Os preços do setor avançaram 0,94%. “Se não fosse a gasolina, teríamos fechado março com deflação”, afirmou Heron do Carmo, coordenador do IPC. O preço do combustível subiu 3,76% no mês, com impacto de 0,1 ponto porcentual no índice da Fipe. Segundo Heron, a pressão do preço da gasolina deve se manter um abril. “Esperamos um aumento de 7% nas bombas neste mês, o que significa um impacto de 0,18 ponto porcentual no IPC”. O economista prevê uma inflação entre 0,2% e 0,3% em abril. Para o ano, a estimativa é de alta de 4% nos preços.
Dieese – O Índice do Custo de Vida (ICV), do Dieese, ficou em 0,23% no município de São Paulo em março. Em fevereiro, o aumento havia sido de 0,13%. A alta foi puxada pelo grupo de transportes (1%), motivada principalmente pelos reajustes de preços da gasolina efetuados na primeira quinzena do mês.