Grande indústria ganha tanto quanto bancos
O ano de 2001 foi o melhor ano para 39 empresas desde 1994. As dificuldades econômicas não impediram que várias empresas brasileiras registrassem lucros inéditos e o melhor desempenho de sua história recente em 2001. Estudo da Economática revela que 39 empresas e dois bancos, em uma amostra de 131 companhias de capital aberto analisadas, tiveram no ano passado seu melhor resultado operacional desde o início do Plano Real, em 1994.
A lista da Economática é montada com base no chamado lucro operacional próprio – lucro antes do resultado financeiro, impostos, resultado extraordinário e equivalência patrimonial. No caso dos bancos, o lucro operacional é resultado da receita menos as despesas de intermediação financeira adicionada de outras receitas e despesas operacionais.
Por esses critérios, o melhor resultado de 2001 foi da Companhia Vale do Rio Doce, que teve um lucro operacional próprio de R$ 4,15 bilhões em 2001.
Outras empresas, como Embraer, Sadia e Marcopolo atingiram seu mais elevado nível de eficiência no ano passado. Todas foram capazes de passar sem feridas pela crise argentina, pelo racionamento de energia e aproveitaram o câmbio desvalorizado. Os bancos com melhor desempenho foram o Bradesco e o Unibanco. O Itaú, apesar do lucro líquido recorde, não teve o melhor lucro operacional desde 1994.
“Os dados, em geral, revelam uma continuidade na evolução operacional das empresas brasileiras”, diz Fernando Exel, diretor da Economática. O lucro operacional próprio de 214 empresas industriais de capital aberto cresceu 7,9% entre 2000 e 2001 e atingiu R$ 48 bilhões, segundo a Economática.
Em sentido inverso, diz Exel, nos Estados Unidos 416 empresas industriais de capital aberto que compõem o índice Standard & Poor?s viram seus lucros operacionais próprios caírem 41,3% entre 2000 e 2001, de US$ 516 bilhões para US$ 302,6 bilhões.
No México, o lucro operacional de 124 empresas com ações em bolsa caiu 3,2%. E na Argentina, o lucro operacional de 61 companhias de capital aberto diminuiu 16,6%, de 6,1 bilhões de pesos para 5,1 bilhões de pesos.
(Vicente Vilardaga, Christiane Martinez, Claudio R. Gomes Conceição, Thaís Costa e Luciana Moglia)