Gráficas não conhecem o perfil de seus clientes
Pesquisa divulgada pela Forma Editora, editora especializada em guias de compra de produtos promocionais, sobre a tomada de decisão de empresas e agências em relação à compra de serviços gráficos constatou que o cliente direto é o responsável pelo maior volume de compras no setor, representando um total de 58%. O estudo, respondido por 42 gráficas da cidade de São Paulo, revelou ainda que a falta de conhecimento a respeito do cliente final é um dos maiores problemas enfrentados hoje pelas empresas do segmento.
De acordo com o diretor da editora, Auli de Vitto, um dos fatores que levam a essa divergência é a escassez no investimento em marketing e propaganda por parte das gráficas. “O setor sempre teve a cultura de investir em novas tecnologias, mas nunca se preocupou com o seu consumidor”, enfatiza. A pesquisa também constatou que o cliente direto não tem conceito de marca das gráficas. “O preço é o que determina a escolha”, explica.
As empresas admitem que a falta de sintonia com seus clientes acaba por gerar problemas no orçamento. “Muitas vezes, as gráficas têm que refazer trabalhos, porque os clientes enviaram fotos com uma resolução ruim, ou a gráfica não soube interpretar o que foi pedido, por exemplo. E assim acaba por arcar com o prejuízo”, ressalta.
Antigamente o setor tinha nas agências contratadas por empresas seus principais consumidores. A demanda era muito grande e as empresas do ramo não tinham a necessidade de buscar novos clientes. O enxugamento no mercado, contudo, fez com que o uso dessas agências diminuísse e os empreendedores começassem a fazer esse serviço diretamente, sem intermédio de terceiros. Por isso, esse descompasso com os consumidores diretos. A saída para o setor entretanto, segundo Vitto, é ir atrás do cliente criando mecanismos de maior interação e investindo em propaganda.