FMI aprova primeiro saque de créditos do governo Lula
O FMI aprovou nesta sexta-feira(14) a liberação de US$ 4,1 bilhões (R$ 14,3 bilhões) para o Brasil – o primeiro desembolso de dinheiro do Fundo desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O dinheiro corresponde à terceira parcela do pacote de ajuda acertado pelo FMI com o Brasil em agosto do ano passado, ainda na gestão de Fernando Henrique Cardoso.
A aprovação do saque vem sendo interpretada como mais uma prova de que o Fundo está satisfeito com a política econômica adotada pelo governo petista até o momento.
Em fevereiro, uma missão técnica do FMI visitou o Brasil para analisar a linha que o governo está seguindo no comando da economia do país.
Condição
O acordo fechado no ano passado prevê a concessão de créditos no valor de cerca de US$ 30 bilhões (R$ 104,5 bilhões), que ficaram depositados no próprio Fundo para saques graduais.
O governo FHC sacou cerca de US$ 6 bilhões no ano passado, e os US$ 24 bilhões restantes ficaram para ser sacados durante 2003, de acordo com o cumprimento pelo Brasil de metas fiscais acertadas com o organismo.
O Brasil já se comprometeu, por exemplo, a uma meta de superávit primário equivalente a 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
Originalmente, o acordo assinado pelo governo FHC previa um superávit de 3,75% do PIB.
O acordo foi fechado quando o Brasil enfrentava forte turbulência financeira – em parte, gerada pelos temores dos mercados internacionais com a possibilidade de uma vitória de Lula nas eleições presidenciais.
Após a posse do novo governo, entretanto, o FMI tem manifestado reiteradas vezes seu apoio à política econômica do governo petista – que, por sua vez, enfrenta críticas dentro do Brasil de grupos mais à esquerda, que apoiaram Lula nas eleições de 2002.
No começo da semana, o próprio diretor-gerente do Fundo, Horst Koehler, elogiou o que chamou de “caminho audaz” que está sendo trilhado pelo governo petista.