Estimativas para o PIB em 2004 sobem de 2% para 3,1%
As projeções de crescimento da economia para 2004 saltaram dos 2% calculados no fim do ano passado para 3,1%, conforme projeções captadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) junto a bancos e consultorias. As expectativas refletem, basicamente, a política monetária adotada pelo Governo, a evolução das reformas e uma inflação mais controlada no próximo ano. As projeções para o ano que vem indicam, contudo, crescimento das importações superior ao das exportações.
De forma geral, as avaliações levam em conta que a condução da economia este ano deverá sedimentar o caminho para um crescimento mais significativo em 2004. “As instituições estão vendo que o ano começou bem e estão sendo lançadas as bases para o crescimento de médio e longo prazos”, disse a gerente da área de planejamento do BNDES, Ana Cláudia Além. A pesquisa levantou as projeções do BBV Banco, Citibank, CSFB Garantia, Banco Fator, Macrométrica, MCM Consultores e Rosemberg & Associados.
Ao contrário da revisão para cima do crescimento em 2004, as projeções para 2003 mantiveram-se praticamente no mesmo patamar desde o fim do ano passado, em torno de 1,8%. “O crescimento do ano que vem só vai ser bom porque este ano vai ser ruim”, disse o economista sênior do BBV Banco, Luis Afonso Lima, citando que o conservadorismo das políticas monetária, fiscal e o ajuste das contas externas permitem condições para os investimentos e crescimento da economia num segundo momento.
O economista-chefe do Citibank, Carlos Kawall, conta que no fim do ano o mercado estava sem saber qual seria a orientação econômica do novo governo, esperando “mais do mesmo”, num cenário parecido com a entrada do segundo mandato de Fernando Henrique.
“Hoje, o risco-país está muito mais baixo. Nem se supunha que o Brasil fosse emitir (títulos no mercado internacional) este ano. Já a inflação foi pior, os juros não caíram, por isso não estamos revendo o curto prazo ainda”, disse Kawall.
Expectativa é de dólar a Rr$ 3,30 no fim do ano
Da mesma forma, foram revistas as projeções de câmbio para dezembro e do ano que vem. A estimativa é de que o câmbio encerrará o ano em R$ 3,30. No fim de 2004, a taxa seria de R$ 3,40. Em dezembro, as projeções sinalizavam taxa de R$ 3,60 no último mês de 2003 e do ano que vem. A estimativa média para a taxa Selic no fim do ano é de 22,1% e ao final de 2004, de 16,3%. O superávit comercial esperado para este ano ficaria em US$ 16,2 bilhões e em US$ 15,7 bilhões ano que vem.
No comércio exterior, as expectativas das instituições são de que as exportações no ano que vem cheguem a US$ 71,2 bilhões, 7,9% superiores aos US$ 66 bilhões projetados para 2003. As importações, entretanto, cresceriam 11,4% no ano que vem, passando de US$ 49,8 bilhões para US$ 55,5 bilhões estimados este ano. Se as projeções foram confirmadas, a corrente de comércio fechará em US$ 115,8 bilhões este ano e em US$ 126,7 bilhões em 2004.