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Empresas trocam o euro pelo hedge cambial

Guarulhos, 28 de agosto de 2003

O euro começa a demonstrar sinais de enfraquecimento frente ao dólar após quase dois anos de alta no mercado internacional. Em maio deste ano, a moeda européia atingiu sua maior alta, chegando a ser cotada a 1,1933 no mercado interbancário. Recentemente, o euro voltou a ser negociado na casa de 1.1100 e flutua, pelo segundo mês consecutivo, em banda estreita entre 1.1100 e 1.1500, o que demonstra a indecisão do mercado em relação à tendência da moeda européia frente ao dólar.

A presente banda de negociação em que se encontra o euro denota a indecisão do mercado em relação à tendência macroeconômica dos EUA, o que, conseqüentemente, acarreta elevada procura por estratégias de hedge (proteção) cambial por empresas importadoras e exportadoras. Ao flutuar dentro de barreira de negociação, o preço da moeda torna-se temporariamente indefinido, gerando receio para as empresas que possuem obrigações em dólares ou em euros.

A conseqüência é o aumento do número de empresas que procuram formas de garantir o preço das moedas no mercado interbancário internacional, destaca o diretor de Negócios Internacional da GlobalTech Financial, Fabrizio Ferreira.

Segundo ele, até há pouco tempo a operação de hedge era extremamente onerosa, pois as empresas necessitavam pagar o spread, em relação ao preço de compra e venda das moedas, praticado pelos bancos. Essa estrutura onerosa espantava as empresas e tornava, até então, a estratégia de hedge impopular.

“A partir do início do fornecimento de acesso direto ao mercado interbancário, reduziu-se brutalmente o custo das operações para as empresas de importação e exportação, pois passaram a desfrutar das mesmas vantagens e do mesmo spread praticados pelos bancos, entre si, no mercado interbancário primário. Na prática, as empresas passaram a realizar as operações de proteção cambial a preço de custo”, destaca Fabrizio.