Empresa deve usar seus próprios dados para reduzir peso de tributo
Com a proporção que a carga tributária alcançou, a ordem é economizar ao máximo o pagamento de tributos. O segredo é utilizar a mesma arma que o Fisco usa: a informação. No entanto, a maioria das empresas desperdiça esse importante instrumento de gestão.
De acordo com uma pesquisa do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte) realizada na capital paulista, 75% das empresas não monitoram constantemente sua situação nos diversos organismos tributários.
Por outro lado, 93% alegam precisar da informação fiscal para o controle da empresa.
Além disso, 89% não realizam cruzamentos de dados entre as diversas repartições, exatamente o procedimento que a Receita Federal e a Secretaria da Fazenda de São Paulo mais utilizam nas operações de triagem e fiscalização.
“Muita gente só lembra da questão fiscal quando chega o auto de infração”, alerta Fábio Pereira Ribeiro, autor da pesquisa.
Esquecendo os cuidados
Outro dado revela que 91% das empresas ainda não utilizam a gestão fiscal para reduzir custos, pois não reúnem de forma sistematizada dados para identificar oportunidades de economizar com tributos e ameaças fiscais, ou seja, pontos no qual a empresa está vulnerável.
Além disso, 58% delas nunca realizaram ações preventivas e auditorias internas para reduzir problemas fiscais, como o cruzamento de declarações.
De acordo com Fábio Pereira Ribeiro, a maioria das empresas não tem acesso a essas informações por falta de iniciativa e devido à burocracia das repartições públicas, como receita Federal e INSS. “A empresa sabe da importância da informação fiscal, mas não tem como monitorá-las”, diz.
Outros obstáculos são a falta de conhecimento do fluxo de informações e o excesso de alterações na legislação.
Inteligência fiscal
Para reverter esse quadro, as empresas devem optar pela “inteligência fiscal”.Trata-se de integrar e produzir informações fiscais de modo mais apurado, explica Ribeiro.
Segundo ele, a empresa precisa saber o que o Fisco acha dela e acompanhar a legislação. “Muitas vezes a empresa fornece informações para a Receita, mas não as usa para se proteger”, diz.
Essa situação de desconhecimento fiscal tem efeito direto sobre o resultado das empresas, interferindo diretamente até no caixa. 83% das empresas não conseguem de forma ágil certidões, alvarás, autorizações e outros. Cerca de 58% das empresas não tiveram sucesso na recuperação de créditos e redução de débitos.
Além disso, 45% delas recebem em média de 26 a 50 autuações das repartições. Desconhecendo suas informações, a empresa se torna vulnerável.
“Qualquer adversidade por parte das repartições pode causar transtornos econômicos e financeiros na competitividade da empresa”, alerta Ribeiro.
Pesquisa mostra que 91% das companhias ainda não utilizam a gestão fiscal para reduzir custos com impostos.
Priscilla Negrão