Empresários querem ação fiscal
Empresários que estiveram na reunião mensal de conjuntura econômica da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), destacaram a necessidade de o próximo governo promover ajustes fiscais que segurem a demanda em 2011 sem a necessidade de alta dos juros. O caminho sugerido é o do controle de gastos, aproveitando o crescimento da arrecadação.
O empresariado indicou preocupação com a definição da equipe econômica do próximo governo. Mas não há tensão nos preços, pois o consenso é que o modelo do Banco Central (BC) não irá mudar independentemente do candidato eleito.
Outro receio está relacionado ao crescimento da massa salarial. O distanciamento da realidade impactaria na alta da inflação no próximo ano. Considerando os ajustes mencionados, as projeções para 2011 são de uma desaceleração da economia, dos 7% previstos para este ano, para um avanço entre 4% a 5% no próximo, patamar considerado positivo pelos empresários.
Com relação ao cenário atual, um representante do setor imobiliário confirmou o bom momento da área. Mas preocupa-se com a falta de terrenos em São Paulo. Uma dificuldade que, na opinião do empresário, poderia ser amenizada com a maior verticalização da cidade, o que implica na modernização do plano diretor da capital.
A área têxtil acumula resultados positivos ao longo do ano, embora enfrente um problema de fornecimento mundial de matéria-prima, em especial, de algodão. A Índia, por exemplo, deixou de exportar para manter ativo o mercado doméstico. Um empresário do setor de embalagem, presente à reunião, informou estar substituindo o algodão pelo poliéster em seus produtos por conta do problema.
Durante a reunião também foi revelada a preocupação com a estagnação da área agrícola produtiva do País, que não evolui desde 2008, e pode impactar no preço futuro dos alimentos.