Emprego industrial cai 0,5% no País
O emprego industrial continua em queda. O resultado negativo de fevereiro (-0,3%) foi intensificado em março, quando houve retração de 0,5%, informou nesta terça-feira (20) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. Este saldo comprova que a desaceleração no ritmo da produção industrial brasileira vem afetando negativamente o emprego no setor, provocando demissões. Beneficiada pela entrada da safra, a agroindústria impediu um baque mais forte no emprego industrial.
Os resultados também são negativos em outras comparações. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário de março, embora o emprego industrial tenha aumentado 0,5% no primeiro trimestre do ano, em comparação com mesmo período em 2002, no acumulado dos últimos 12 meses até março apresentou recuo de 0,3%.
A gerente do Departamento de Indústria do IBGE, Mariana Rebouças, atesta que não restam dúvidas sobre o péssimo desempenho do emprego industrial nos últimos meses. “Houve uma intensificação de queda no emprego em março, nas diversas comparações. Os empresários estão mesmo demitindo”, afirma.
Salários – Mariana chama a atenção para os dados de redução também no número de horas pagas e no valor da folha de pagamentos de março que comprovam o encolhimento no mercado de trabalho. Mais uma vez, os setores que ainda impedem queda mais acentuada do emprego industrial são os voltados à exportação, ao extrativismo e à agroindústria.
O IBGE apurou queda real de 1,7% no valor da folha de pagamentos em março ante fevereiro, após dois meses consecutivos de expansão. Nas outras comparações, foram registradas quedas ainda de 6,3% ante março do ano passado e de 5,8% de janeiro a março deste ano. A quantidade de horas pagas na indústria em março também teve quedas de 1,6% em comparação com fevereiro; de 1,1% ante março de 2002, e de 0,1% no primeiro trimestre deste ano.