Empreendedoras de São Paulo são destaques em premiação
De cabeleireira a empresária de um produto inovador para o mercado de beleza, Gislaine já colhe os frutos de sua história de sucesso no empreendedorismo. A inovação e sua capacidade de gestão empresarial serviram para credenciar a empresária ao primeiro lugar da categoria Empreendedora Individual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, realizado nesta quinta-feira, em Brasília.
Gislaine de Fátima, do bairro de Cantareira, zona norte de São Paulo, criou um lavatório móvel para cabelos, que ela já patenteou, para que cabeleireiros possam atender clientes em domicílio. “Não existe outro deste no Brasil. As clientes adoram, pois não precisam sair de casa para cortar o cabelo”, explica a empresária.
Já a empresária Rosângela Mazonas Fonseca, presidente da Coopersol (Cooperativa Regional Solidária de Catadores de Resíduos Sólidos), de Jales (SP), foi a segunda colocada nacional na categoria Negócios Coletivos. “Nós recebemos o resíduo sólido, fazemos a triagem e depois vendemos. Contudo, o mais importante é contribuir para o meio ambiente”.
“Como fã do jeito feminino de empreender, que reúne competência, criatividade, persistência e paixão estou muito satisfeito por ter duas empreendedoras paulistas entre as melhores do Brasil. Isso renova nossas energias e nosso compromisso de continuar aqui no Sebrae-SP trabalhando diuturnamente para oferecer o melhor serviço para que mais e mais empresárias ajudem a construir um Brasil forte e vitorioso”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP, Alencar Burti.
De cabeleireira ao próprio negócio – Gislaine, Empreendedora Individual, deixou a atividade de cabeleireira para dedicar-se ao negócio que comanda sozinha. É ela quem recebe todos os pedidos, encomenda a produção e organiza as entregas, inclusive para o exterior, onde já teve clientes do México, Portugal e Espanha. Além de vender para salões e profissionais autônomos, também aluga para eventos. O preço de seus lavatórios varia entre R$ 680 (o mais simples) e R$ 2.980 (feito com material mais caro, pedal e painel digital). “No começo tive prejuízo e dor de cabeça, mas há o lado bom. Fico feliz quando recebo elogios de um cliente dizendo que a vida dele mudou porque ganha mais dinheiro com o meu produto”, conta satisfeita a empreendedora, que sabe da importância da capacitação.
“Em 2007 desenvolvi o projeto junto com o Sebrae-SP, e os consultores me ajudaram com a questão de qual material usar, por exemplo. Também fiz cursos de marketing, controle de estoque e gestão financeira.” Tanto trabalho deu resultado não só financeiro e de satisfação dos clientes, mas também em premiações. “Meu produto é inovador e isso contribuiu para eu chegar ao prêmio”, comentou Gislaine de Fátima.
“Na iniciativa privada ainda existe muita desigualdade. Hoje, a mulher ganha 20% a menos que os homens. Mas para as empreendedoras a história é outra, não existe limite para as oportunidades”, disse o superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano. “Hoje, de cada cem empresas que abrem no Brasil, 49 são iniciativa de mulheres. Estamos chegando a igualdade”, continuou ele.
Empreendedorismo no lugar da construção civil – E a história de Rosangela é um exemplo para quem procura iniciar uma vida empreendedora. Em 2010, depois de deixar um emprego no comércio e tentar trabalhar com o marido como servente de pedreiro. Rosângela achou a construção civil uma tarefa pesada e resolveu migrar para a área de reciclagem. Assim, ela entrou para a Associação de Catadores que já existia na cidade, e pouco depois conseguiu transformá-la na Coopersol. “Eu descobri que, como cooperativa, o grupo teria mais oportunidades, a gente poderia fazer projetos e apresentá-los para conseguir mais verba”, conta ela, que foi eleita como a primeira presidente da instituição.
Segundo Rosângela, a Coopersol tem hoje 17 funcionários, sendo que 12 são mulheres. “As mulheres que querem começar seu próprio negócio e se tornarem empreendedoras não precisam ter medo. Basta ter força de vontade e um planejamento adequado”.