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Dinheiro no bolso, saúde nas finanças

Guarulhos, 22 de outubro de 2012

Nada melhor do que dar de presente de Natal a si mesmo algo sonhado há muito tempo, como, por exemplo, uma viagem ao exterior. Mas, melhor ainda do que realizar um sonho, é entrar o novo ano com as finanças no azul. E antes de se empolgar com o 13º salário ou uma possível restituição do Imposto de Renda, especialistas recomendam: a dois meses do fim de 2012, é hora de colocar as contas em dia para não começar 2013 no prejuízo.

Comprar presentes, programar viagens e gastar com as festas de fim de ano depende primeiro de pôr na ponta do lápis o quanto de dinheiro efetivamente entrará nesse período. “A fórmula é muito simples: destinar uma parte do dinheiro a mais para pagar dívidas, uma para poupar e outra para gastar”, explica o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emilio Alfieri.

Orçamento – Como dívidas são prioridade, o ideal para quem tem é listá-las, começando das mais caras (que cobram juros mais altos, como o cartão de crédito) para as mais baratas, orienta o educador financeiro Mauro Calil. Depois, monte um plano de pagamento para começar a negociar com credores o desembolso do mínimo de juros possível. “Mesmo com as sucessivas quedas das taxas, pagar juros nunca é bom negócio”, frisa.

Nessa conta não se pode esquecer detalhes importantes, como já ter recebido metade do 13º, pago geralmente com as férias ou no mês de aniversário – que muita gente, além de receber, também usa antecipadamente. “Para quem não usou ou ainda vai receber o abono, o 13º tem que ser um presente. Não é para sair gastando”, diz o professor de finanças da Fundação Instituto de Pesquisas Contáveis, Financeiras e Atuariais (Fipecafi), Sílvio Paixão.

Mauro Calil lembra ainda que, além organizar as finanças, é preciso fazer o 13º trabalhar para você. O plano mínimo implica em ter sonhos, como a tal viagem de fim de ano. Então, é só decidir se irá usar esse dinheiro agora, em três meses ou um ano e colocar em uma aplicação financeira que tenha a ver com seu perfil. “Quem não consegue prever o que quer para a sua vida, dificilmente encontra bom destino para o seu dinheiro”, afirma.

As famigeradas despesas obrigatórias de início do ano – como material escolar, Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e renovação do seguro –  não podem ser esquecidas, por aumentarem consideravelmente as despesas mensais. “Em muitas delas, dá para conseguir um bom desconto ao antecipar parcelas ou pagar à vista. Quando há disposição em pagar, todo mundo dá um jeitinho”, lembra Sílvio Paixão.

Quem pretende assumir dívidas com as compras de Natal deve verificar o quanto sobra ao diminuir despesas (tanto fixas quanto variáveis) das receitas, ensina Alfieri, da ACSP. Depois, deve-se projetar o aumento das possíveis sobras de dinheiro no período de um ano — e observando sempre se elas se tornarão permanentes. “Recomendo poupar o valor de uma ou duas prestações ou despesas obrigatórias – sempre contando com os reajustes anuais –, para evitar problemas em meses de gastos imprevistos, como carro quebrado e doenças. São reservas de contingência que ajudam a estruturar bem as finanças”, diz.