Cartão com chip substitui vale-refeição de papel
A Visa Vale, empresa recém-constituída pelos bancos ABN-Amro Real, Bradesco, BB Banco de Investimentos e Visa, promete colocar no mercado, no decorrer do próximo ano, um cartão que vai substituir o vale-refeição de papel. Os cartões magnéticos, na verdade, já estão sendo utilizados em substituição aos tíquetes-alimentação, mas a Visa deve ser uma das primeiras empresas a oferecer o cartão plástico também para o setor de refeições.
A grande novidade vai ser o chip inserido no produto. Diferente dos cartões de alimentação, que usam o mesmo sistema dos cartões de crédito e fazem a consulta de saldo e transmissão de dados de forma on-line, o cartão com chip vai trabalhar com transações off-line. Ao invés da consulta de cada cliente ser feita de forma individual, por linha telefônica, as máquinas da Visa, que já estão preparadas para ler o chip, vão armazenar os dados de diversos clientes e fazer uma só transmissão esporadicamente.
O novo processo resolve uma das questões pelas quais até agora o vale-refeição plástico não foi lançado: os gastos significativos com telefonia e o congestionamento das redes. “Seriam milhões de trabalhadores usando o cartão entre 11 horas e 14 horas”, explica o presidente da Visa Vale, Newton Neiva, justificando porque o sistema on-line não é usado para refeição, assim como na alimentação. O cartão de refeição com chip da Visa Vale deve começar a ser testado durante janeiro do próximo ano.
Alimentação – A Visa Vale foi formalmente constituída no mês de julho justamente para trabalhar com vales-benefício. Em setembro os funcionários do Banco do Brasil começam a utilizar o cartão com tarja magnética para alimentação da Visa Vale, semelhante ao já lançado pelas demais empresas do setor, como teste. Nesse caso, o sistema utilizado será o já conhecido on-line.
O cartão de alimentação será o primeiro produto da Visa Vale, que já ingressa no mercado de benefícios dentro da era do plástico. “Além de durar em torno de três anos, o plástico garante que as compras serão feitas apenas em empresas do ramo”, diz o executivo Newton. Uma das grandes dificuldades do setor de vale-benefícios atualmente é o uso dos tíquetes-alimentação em compras fora do setor de alimentos.
Mercado – O mercado de vales-benefício tem vendas de R$ 6 bilhões ao ano. Hoje existem 73 mil empresas cadastradas e 5,5 milhões de funcionários beneficiados pelo Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Newton acredita que deve ocorrer uma expansão desse setor em 50% nos próximos cinco anos, em função, principalmente, da extensão do benefícios para empresas e também cidades de menor porte. O plástico deve facilitar o processo.
Isaura Daniel