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Caixa eletrônico cresce 33% nas lojas

Guarulhos, 02 de julho de 2003

A presença de caixas eletrônicos em estabelecimentos comerciais e locais públicos não pára de crescer. O crescimento foi de 33,91% no ano passado e no início deste ano já existiam 2.428 unidades fora das agências e postos de atendimento nas empresas, segundo o Banco Central.

O objetivo das instituições financeiras com essa estratégia, em geral, é dar mais comodidade a seus clientes. Já os comerciantes ganham com a instalação de caixas eletrônicos em suas lojas porque eles trazem aumento do fluxo de pessoas e, conseqüentemente, das vendas.

“Do ano passado para este, aumentamos em 39,6% a nossa presença em pontos de terceiros. Vamos continuar crescendo, mas em um ritmo mais lento”, informa o superintendente de canais eletrônicos do Bradesco, Raul Barreto da Silveira.

A escolha dos bancos

De acordo com o executivo, alguns itens são analisados para a escolha do varejista. “Damos preferência para estabelecimentos instalados em locais de intensa movimentação, que possuam estacionamento e segurança”, informa.

Hoje, das 21,5 mil máquinas de auto-atendimento do Bradesco, 2 mil estão alocadas em pontos de terceiros.

No Unibanco, de acordo com o diretor de canais eletrônicos, Marcelo Tonhazolo, a presença dos caixas no varejo também está crescendo: dos 7,07 mil equipamentos próprios, 302 estão em estabelecimentos comerciais, um aumento de 51%, na comparação com 2001.

“Temos interesse em firmar parcerias com os comerciantes. Só queremos locais compatíveis com os nossos investimentos. Um ponto que gere pelo menos cinco mil transações por mês já nos interessa”, explica.

No Itaú, dos 17,8 mil equipamentos, 2 mil estão localizados em varejos e locais públicos, um crescimento de 130%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Oportunidade para fabricante

Os fabricantes de equipamentos para automação já perceberam essa movimentação e lançaram recentemente equipamentos compactos, próprios para estabelecimentos comerciais e locais de grande circulação de pessoas como aeroportos, rodoviárias e shoppings centers.

“Temos um produto que ocupa metade do espaço de uma máquina tradicional. Com isso, a instituição financeira pode economizar no aluguel do ponto”, afirma o presidente da Diebold Procomp, João Abud Júnior.

Segundo ele, vários clientes estão pensando em adotar essa solução para equipar os correspondentes ” empresas varejistas parceiras dos bancos que prestam serviços como recebimentos de contas.

O gerente comercial da Perto, Carlos Eduardo de Melo Moura, acredita que os caixas eletrônicos podem prestar mais serviços do que os tradicionais saques, transferências e consultas de saldos e extratos.

“A idéia é que a máquina também sirva para vender produtos como bilhetes para o transporte coletivo e ingressos para cinemas e teatros”, diz. “Podemos configurar o equipamento de acordo com a necessidade do cliente.”

Na opinião de Moura, a integração entre o varejo e as instituições financeiras tende a crescer nos próximos anos.

Luis Fernando Klava