Notícias

Brasil vai cumprir as metas previstas de inflação

Guarulhos, 30 de julho de 2003

A missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) que está em Brasília saiu do encontro com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, confiante de que o Brasil vai cumprir suas metas de inflação previstas para 2004 e 2005. Conforme Jorge Marquez Ruarte, chefe da missão, os dados apresentados por Meirelles durante o encontro apontam para isso e, por conseqüência, para a continuidade do processo de redução da taxa básica de juros.

“Tudo indica que o Brasil vai cumprir perfeitamente suas metas de inflação” , disse Ruarte. Ele referia-se, respectivamente, aos 5,5% e aos 4% fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) como meta para a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos dois próximos anos, ambos com intervalo de tolerância de 2,5 pontos percentuais, para cima ou para baixo.

O chefe da missão do FMI destacou que o sistema de metas para a inflação no Brasil – adotado em 1999 para balizar as decisões da política monetária do BC – foi “desafiado” pela forte desvalorização da taxa de câmbio e pela alta inflação daí decorrente e que, mesmo assim, está dando certo. Nesse contexto de dificuldade, o fato de o BC ter debelado a inflação e trazido a convergência do IPCA para a trajetória das metas fixadas pelo CMN mostram que “o sistema é muito forte e está indo muito bem”.

Para Ruarte, isso é um fator que serve de segurança. “O BC está seguindo a política que tem de seguir”, disse ainda o chefe da missão, ao falar sobre o encontro com Meirelles, no qual o tema central foi a política monetária. E na avaliação de Ruarte, os dados apresentados indicam que há possibilidade de se dar prosseguimento ao processo de redução da taxa básica de juros.

Questionado sobre as críticas do Independent Evaluation Office (IEO), órgão do FMI, sobre a divulgação de dados econômicos pelo Brasil, ele disse que a missão considera as informações fornecidas pelo governo como “boas e suficientes”. O IEO apontou problemas de insuficiência de dados no passado recente, apesar de o Brasil já ter aderido ao sistema padronizado de informações dos países membros.

Ruarte evitou comentar a parte do relatório do IEO que aponta erros de acompanhamento e avaliação do Fundo na crise cambial brasileira de 1999. Disse apenas que a existência de um órgão independente do FMI, capaz de fazer uma avaliação imparcial, “é importante” até para que a entidade ajuste suas políticas.