Bolsa subiu 15% no 1º semestre
A Bolsa de Valores, com rendimento de 15%, foi a melhor aplicação no primeiro semestre do governo Lula, enquanto o dólar à vista foi o pior investimento, com desvalorização de 19,7%. De acordo com levantamento da consultoria Max Blue, as aplicações baseadas em taxas de juros – como fundos DI e Renda Fixa – também tiveram boa rentabilidade, em torno de 11,5%, superando com certa folga a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período, que ficou na casa dos 7%.
Já a tradicional caderneta de poupança rendeu apenas 5,72% no semestre (0,92% em junho) e ficou no grupo dos investimentos que não conseguiram bater a alta do custo de vida.
O Ibovespa acumulou valorização de 15,12% nos primeiros seis meses do ano, o melhor resultado para um primeiro semestre desde 1999. Os fundos de ações seguiram a valorização da Bovespa e avançaram 12,02% no semestre (tomando por base o fechamento da última sexta-feira). Algumas ações chegaram a ultrapassar os 100% de valorização. Foi o caso dos papéis da Klabin, que registraram a maior alta nos primeiros seis meses do ano. Os papéis preferenciais subiram 181,55%. Tractebel ON subiu 114,57%, Usiminas PNA registrou alta de 94,36% e Siderúrgica Nacional ON avançou 64,60%.
Entre as maiores quedas na Bolsa de São Paulo figuram Light ON (43,42%), Net PN (43,42%) e Vale do Rio Doce PNA (16,98%). A baixa das ações da mineradora afetou a rentabilidade dos fundos FGTS-Vale, que fecharam o semestre acumulando queda de 15,05% e perdendo parte dos ganhos expressivos acumulados desde o seu lançamento. Já os fundos FGTS-Petrobras avançaram 7,35% nos seis primeiros meses do ano, apesar de um queda de 4,12% em junho.
O Ibovespa teve um excelente resultado no primeiro semestre, mas em junho fechou com queda de 3,35%. Aliás, no mês que passou todos os ativos sofreram os efeitos negativos da quebra de expectativas em torno de uma queda mais acentuada dos juros básicos.
– O mês de junho começou bem mas terminou mal para a maioria dos ativos financeiros. O motivo foi a expectativa frustrada de queda mais agressiva dos juros, tanto no Brasil quanto nos EUA. Isso trouxe um certo estresse em vários mercados. Muitos fundos que tentaram se antecipar acabarm tendo renatabilidade menor que o CDI – explica o economista Marcello Paixão, Superintendente de Produtos e Serviços da Maxblue.
No mês que passou, os fundos DI renderam em média 1,64% (11,57% no semestre) e os fundos Renda Fixa ficaram em 1,46% (11,48% nos seis primeiros meses do ano).
No rastro da queda do dólar comercial, que baixou mais 4,16%, os fundos cambiais perderam 2,61% em junho (a queda acumulada no semestre foi de 12,30%).
Já os fundos de investimento no exterior (Fiex) perderam 2,59% em junho, mas acumularam ganhos de 11,04% no semestre, nos rastro da valorização dos títulos brasileiros no exterior da queda do risco Brasil.
Na BM&F, o ouro caiu expressivos 7,43% em junho e 16,71% no acumulado dos seis primeiros meses do ano, perdendo apenas para o dólar como pior aplicação no semestre.
Eduardo Diniz