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Apoio tecnológico ao exportador

Guarulhos, 04 de junho de 2003

Mais de 400 produtos, de 270 empresas, já conseguiram conquistar o mercado internacional graças ao Programa de Apoio Tecnológico à Exportação, Progex, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, IFT, da Universidade de São Paulo, USP. A maioria desses empreendimentos é de pequeno porte (com faturamento anual inferior a US$ 3 milhões) e só pôde contar com a consultoria de profissionais especializados porque os custos dos projetos foram, em grande parte, subsidiados pelo governo.

O programa, criado em 1995 a partir de uma parceria com o Sebrae de São Paulo, utiliza toda a estrutura do IPT para auxiliar os empreendedores a adequar suas mercadorias ao mercado internacional. A intenção é atender às exigências técnicas para comercialização em diferentes países.

Além das adaptações do produto e, em alguns casos, do processo produtivo, o Progex também ajuda na análise da viabilidade econômica para competição no mercado desejado. Muitas vezes, com a ajuda dos técnicos do IPT, é possível também reduzir os custos da produção.

Tudo para melhorar a competitividade das mercadorias brasileiras e, por conseqüência, os números da balança comercial. “A idéia surgiu da constatação de que, ao mesmo tempo em que muitas empresas tinham necessidade de melhorar suas mercadorias, havia uma enorme precariedade na contas externas do País”, diz o coordenador geral de projetos especiais do IPT, Vicente Mazzarella. Segundo ele, o trabalho executado no Progex é uma forma de tentar superar as barreiras técnicas que atravancam o comércio exterior.

Preços e fases – Os projetos feitos pelo Progex são divididos em duas fases. Na primeira – chamada de Diagnóstico Técnico do Produto – são feitos estudos de viabilidade técnica e econômica da mercadoria no país escolhido para a comercialização. Também são feitos os primeiros testes e análises de qualidade. Sua duração é de até três semanas e o custo fixo é de R$ 2.900, sendo que 70% do valor é pago pelo Sebrae e o governo.

Na segunda etapa – Adequação Técnica de Produto para exportação, são feitas as adaptações de acordo com as exigências do mercado alvo. Os trabalhos podem se estender por até seis meses e o custo mínimo é de R$ 12.500. Nessa fase, a parcela subsidiada é fixada em R$ 10.000.

Mazzarella explica que o preço pode aumentar se houver custos extras, como a necessidade de comprar informações sobre as normas técnicas dos países de destino. Os valores também sobem: caso seja necessário realizar mais testes do que o previsto. De maneira geral, porém, pagando cerca de R$ 3.400, os exportadores conseguem começar a vender.

Rede de atendimento – O programa atendia inicialmente empresas paulistas através do Sebrae e governo estadual. A Associação Comercial de São Paulo e a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, Facesp, também passaram a atuar com o Progex dentro do projeto Dobrando as Vendas com as Comerciais Exportadoras.

O sucesso do trabalho foi tão grande que, desde o início do ano passado, ele foi expandido para empreendedores de todo o País, a partir de uma parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia do governo federal. Além dos laboratórios e profissionais do IPT de São Paulo, já há estrutura para atendimento similar nos estados do Amazonas, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Estão em treinamento outros cinco institutos, localizados no Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e mais um no interior de São Paulo.

Estela Cangerana