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A força do impacto visual

Guarulhos, 16 de novembro de 2009

Sábado de manhã, dia de sol, você está de passeio pela principal rua de comércio de sua cidade. Vê uma vitrina bonita, bem decorada, com iluminação que valoriza os produtos expostos – o que você faz? Pára!

Sim, porque chamou a sua atenção! A vitrina tem exatamente essa função – chamar sua atenção e fazer você parar por alguns segundos, o suficiente talvez para despertar seu interesse em algum item ofertado.

Exposição de mercadorias é algo tão antigo quanto o próprio comércio. Nas feiras e mercados da antiguidade se organizavam em panos ou mesas improvisadas as mercadorias oferecidas pelos primeiros comerciantes; na idade média, ou iniciar o aglomerado urbano que hoje conhecemos como “cidade”, os comerciantes juntaram dois elementos – um armário + uma janela = assim surgiram as primeiras vitrinas.

Hoje, com a forte concorrência e clientes exigentes, com pouco tempo e dinheiro, e o avanço das compras pela Internet, o comércio varejista precisa utilizar todas as estratégias e ferramentas para atrair e conquistar este consumidor. Estamos falando de merchandising, ou o marketing de ponto de venda, que tem a vitrina como seu cartão de apresentação.

De fato, a fachada da loja e sua vitrina são o primeiro contato do cliente com o estabelecimento – temos aí cerca de 5 segundos de oportunidade  para criar um primeiro bom impacto, que faça o cliente reduzir o passo, ou mesmo atravessar a rua, no espírito de “isso-eu-preciso-ver”!

O que é preciso para produzir uma vitrina que tenha esta capacidade de atração e fascínio?

O começo de tudo é o desejo real de atender e surpreender clientes. Muitos comerciantes vêem sua loja como um ponto de armazenagem e entrega de mercadorias, e que a obrigação de comprar é do cliente. Quero propor uma inversão – o cliente não sabe isso, logo o trabalho de venda é de integral responsabilidade da empresa.

Uma vez que estamos com vontade de fazer, vamos fazer bem-feito – começamos por conhecer quem são os seus clientes, como eles compram, porque eles compram, e adequar uma oferta em qualidade e preço que seja atrativa para estes consumidores.

Próximo passo é começar a construir o cenário para esta oferta – a vitrina deve ser bem elaborada, para passar uma objetiva mensagem de venda ao consumidor. Deve estar coerente com o estilo da loja (e perfil do cliente) e integrar de forma equilibrada o tema, cor, iluminação, elementos decorativos e mercadorias expostas.

A vitrine é um elemento vivo, portanto deve ser repensada, transformada, melhorada a cada dia. Novos temas, cores e cenários, novas formas de apresentar produtos e criar novas motivações de compra.

O ato de comprar para o consumidor é hoje mais que suprir necessidades – é uma vivência que significa prazer, desejo, busca de status e reconhecimento, entretenimento, distensão e auto-indulgência (mimos que damos a nós mesmos – conceito de “eu mereço”).

A experiência da compra torna-se uma viagem de descobertas, curiosidade, surpresas, e os ambientes de venda devem proporcionar aos consumidores desafio, aconchego, conforto, liberdade e estímulo dos sentidos.

A montagem de vitrinas demanda uma série de conhecimentos em iluminação e instalações elétricas, decoração, marketing, marcenaria, serralheria, e bastante criatividade, principalmente quando temos poucos recursos para investir. É uma ação permanente e que dá muito trabalho. Contudo o esforço é recompensado com maior fluxo de clientes, uma positiva experiência de vendas e… lucro para o comércio local.

 Gianmarco Bisaglia é consultor de marketing e negócios e diretor do ICAP – Inteligência & Capacitação