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Rastros de lucro

Guarulhos, 06 de julho de 2011

Nos Estados Unidos, uma nova modalidade de compra e venda ligada à internet que não tem a ver com o tradicional e-commerce cresce diariamente. Trata-se da coleta de perfis, de gostos e de dados de usuários de internet por empresas especializadas, que repassam as informações a outras companhias. Essas, por sua vez, utilizam esse “genoma digital” para diferentes fins, seja para traçar perfil de público, iniciar ações específicas ou oferecer publicidade certeira e focada nos gostos do internauta. Segundo reportagem do The Wall Street Journal publicada recentemente, há companhias especializadas em capturar tudo o que você faz na internet, criar um perfil (contendo, por exemplo, seus filmes, suas cores e suas canções preferidas) e revender essa “alma digital”.

Analistas entrevistados pelo Diário declaram, no Brasil, dizem que não é possível afirmar que já há um mercado como esse.

A coisa parece tão incipiente por aqui que duas das maiores empresas de pesquisa, IDC e Gartner Group, informam não haver estudo a respeito. Entretanto, especialistas ouvidos pela reportagem são unânimes em apontar que esse comércio pode – e deve – desembarcar logo mais em terras brasileiras. “Isso irá ocorrer no Brasil, sim. Esse tipo de invasão a vida digital das pessoas está acontecendo. Com a venda desses arquivos, os acessos para essas informações irão aumentar”, acredita Ademilson Alves, diretor de segurança da EZ-Security, companhia que presta serviços de proteção a grandes empresas como Medial Saúde, Itaú, Serasa e TAM.

Além de parecer iminente, alguns especialistas acreditam que o maior problema não está no ato da compra e da venda. De acordo com alguns entrevistados, o cerne da questão é o usuário, se ele sabe que está cedendo informações e se concorda.