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CNI revê maioria dos indicadores e prevê PIB 7,5% maior este ano

Guarulhos, 07 de outubro de 2010

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reviu as previsões da maioria dos principais indicadores da economia para este ano, incluindo o Produto Interno Bruto (PIB), cujo crescimento estima em 7,5%, 0,3 pontos percentuais acima da sua expectativa anterior, de 7,2%. As novas previsões estão no Informe Conjuntural do terceiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira, 7 de outubro.

A CNI atribui o crescimento do PIB em 2010 ao aumento da demanda interna, impulsionada pelo consumo das famílias e maiores gastos do governo, da produção agropecuária, do setor de serviços e ainda dos investimentos. A previsão da elevação do consumo das famílias passou de 7,3% em junho, quando foi editado o Informe Conjuntural anterior, para 7,6%, enquanto a expectativa do crescimento da indústria se manteve em 12,3% e a dos investimentos em 24,5%.

Segundo o estudo da CNI, o PIB poderia se expandir além de 7,5% este ano não fossem os efeitos negativos da valorização cambial. “Na contabilidade do PIB, a contribuição do setor externo será negativa em 2,6 pontos percentuais pelo maior crescimento das importações sobre as exportações. Essa situação ocorre principalmente pela forte valorização do câmbio, que desvia parte da demanda doméstica para outras economias e limita o crescimento da produção”, diagnostica a entidade.

O Informe Conjuntural assinala que a apreciação do real se aprofunda. Atribui o fenômeno tanto a fatores externos, como o enfraquecimento do dólar e a “subvalorização artificial” da moeda chinesa, como a componentes internos, como o “expressivo” diferencial entre os juros internos e externos, que atrai capitais estrangeiros. De acordo com a CNI, a valorização do câmbio, elevando as importações, resultará, este ano, no menor superávit da balança comercial desde 2001, de US$ 12 bilhões.

As estimativas da CNI apontam exportações de US$ 192 bilhões, resultado sobretudo do aumento dos preços de commodities e não do volume vendido, e importações US$ 180 bilhões. As importações registrarão um acréscimo recorde de 33%, superando a variação máxima de 30,7% ocorrida em 1995. “O real valorizado impulsionará as importações e reduzirá a competitividade dos exportadores brasileiros”, assinala a CNI.

O Informe Conjuntural prevê para 2010, entre outros indicadores, inflação anual de 5%, taxa nominal de juros de 10,75% e real de 4,8%, superávit público primário de 2,35% do PIB e uma taxa de desemprego de 7%.