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Brasil e Israel a um passo do livre comércio

Guarulhos, 11 de março de 2005

O acordo de livre comércio entre Brasil e Israel está mais próximo do que se imagina. A opinião é do vice-primeiro ministro e ministro da Indústria, Comércio e Trabalho de Israel, Ehud Olmert, que esteve em São Paulo nesta quinta-feira, 10. Segundo ele, que esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também visitou seu colega argentino Néstor Kichner, os dois presidentes são favoráveis à aproximação.
“Fui recebido de maneira positiva e amigável pelos dois líderes e isso mostra o interesse desses países por Israel, assim como nós nos interessamos por vocês”, afirmou Olmert. A previsão é que na próxima reunião de cúpula do Mercosul, em julho, o tratado com Israel seja assinado.

Já o acordo separado com o Brasil deve ocorrer antes. O diretor jurídico da Câmara de Comércio Brasil Israel, Beno Suchodolski, afirmou que o presidente de sua entidade, Cunha Bueno, “está fazendo um lobby forte para que o Congresso ratifique rapidamente o tratado”.

No final de 2002, os dois países assinaram um acordo para o fim da bitributação. Mas, de lá para cá, não houve mais progresso nas negociações entre os dois países. Lula, por sua vez, aproximou-se de nações árabes, o que o distanciou ainda mais de Israel.

Sem prejuízo – Entretanto, Olmert acredita que o comércio entre árabes e brasileiros não prejudica a proximidade com Israel. “Não conheço líder latino que não queira a paz no Oriente Médio e nós estamos negociando isso (a paz), o que vai fortalecer todas as relações comerciais”, afirmou. Além disso, declarou, Israel mantém relações comerciais com a Jordânia e o Egito.

As áreas de interesse israelense são nanotecnologia, biotecnologia, telecomunicações, equipamentos médicos, de segurança e agrotecnologia. Já os brasileiros querem vender equipamentos, metais, madeira e papel, plásticos e têxteis.

Atualmente, o comércio entre bilateral não ultrapassa US$ 700 milhões. Para se ter uma idéia de quão mínimo é, Israel exportou US$ 45 bilhões em 2004. “Temos potencial para muito mais. O Brasil é um grande mercado, mas nós, embora tenhamos um território pequeno, também somos bons consumidores”, declarou o vice-primeiro-ministro.

Hoje, 150 empresas israelenses atuam no Brasil, mas nenhuma brasileira está presente em Israel.

Fernanda Pressinott