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Vendas de carros importados em alta

Guarulhos, 11 de setembro de 2003

Após amargar cinco meses consecutivos de perdas, finalmente, as vendas de carros importados melhoraram em agosto. O crescimento foi de 66,88% na comparação com o mês anterior. Comemorações? Nenhuma. O volume comercializado continua longe do ideal. No mês passado, segundo os dados divulgados pela Associação Brasileira de Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), foram vendidos 257 carros importados, contra 154 unidades comercializadas em julho.

Segundo André Muller Carioba, presidente da entidade, apesar do resultado positivo, o desempenho está longe de ser satisfatório em razão das sucessivas quedas nas vendas dos meses anteriores. “O governo deixou claro que não deverá reduzir a alíquota de importação, que é de 35% para os carros. Estamos negociando a viabilidade dela cair para 20%, no mínimo, para se equipar com a Taxa Externa Comum do Mercosul (TEC)”, disse ele, referindo-se às conversas que vem mantendo dentro do Fórum de Competitividade.

Balanço – De janeiro a agosto deste ano foram vendidos 2.548 veículos, número bem aquém das 6.837 unidades comercializadas durante o ano passado. Na comparação dos primeiros oito meses do ano passado com os deste, a queda chegou ao patamar de 62,76%. Carioba lembra que a greve da Receita Federal travou parcialmente as vendas, ao reter os carros na alfândega. “Se o fluxo de entrada fosse normal poderíamos ter atingido um volume de vendas maior”, afirma.

Para minimizar o problema, a Abeiva informou que continuará o diálogo no Fórum de Competitividade do governo federal, junto à Associação Européia de Construtores de Automotores e a Câmara de Importadores e Distribuidores Oficiais de Automotores da Argentina. Segundo a entidade, o objetivo das negociações é buscar “alternativas práticas e realistas” para impedir a paralisação do setor, que conta hoje com apenas 83 concessionárias e mantém 2.905 empregos diretos. Com relação ao ano passado, a quantidade de lojas das marcas afiliadas à Abeiva caiu 56%. Em 2002, elas somavam 187 estabelecimentos. Isso significou o fechamento de 3640 postos de trabalho.

Ricardo Ribas