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Varejo tem queda recorde no primeiro semestre

Guarulhos, 19 de agosto de 2015

De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, em junho o volume de vendas do varejo restrito (que não inclui veículos e material de construção) registrou queda de 2,7% em relação ao mesmo mês de 2014, apesar de contar com um dia útil adicional e de uma base de comparação enfraquecida pela paralização das atividades durante a realização da Copa do Mundo.

Desde 2000, quando foi inaugurada a PMC, não se tem registro de cinco quedas mensais consecutivas das vendas do comércio. O destaque negativo ficou para o segmento de móveis e eletrodomésticos, com queda de 13,6%. No primeiro semestre, o recuo foi de 2,2% na comparação com igual período do ano anterior, configurando o pior resultado desde 2003.

Como é habitual, para o varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, nas mesmas bases de comparação anteriores, a redução foi mais intensa, alcançando a 3,5%, 6,4% e 4,8%, respectivamente.

A crise do varejo se explica pela redução da renda das famílias, devido tanto ao aumento da inflação quanto ao enfraquecimento do mercado de trabalho. Outras causas são a menor disponibilidade do crédito e as maiores taxas de juros. Tudo isso aliado ao aumento do desemprego tem minado cada vez mais a confiança do consumidor, levando à redução em sua intenção de compra.

Mesmo áreas como farmácias e variedades já começam a sentir os efeitos desse cenário adverso, que se complica cada vez mais com as incertezas política atuais. “Mesmo setores que muitos acreditam não sofrerem com o ‘enxugamento’ do consumidor estão passando por dificuldades”, lamentou o presidente da ACE-Guarulhos, Jorge Taiar, empresário do ramo farmacêutico. “A perspectiva é de que as vendas continuem no terreno negativo até o final do ano.”