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Varejo oferece empréstimo pessoal

Guarulhos, 29 de setembro de 2003

A rede de supermercados Carrefour vende roupas, alimentos, produtos de higiene e eletroeletrônicos. A partir de 2004, também emprestará dinheiro a seus clientes. A Lojas Riachuelo, uma das maiores do varejo têxtil do País, trabalha com vestuário feminino, masculino e infantil. Há um mês, no entanto, oferece aos clientes que têm o cartão Riachuelo uma linha de crédito pessoal. Já a C&A empresta dinheiro há cinco anos.

As três redes entraram num mercado até então restrito aos bancos e às financeiras: o do Crédito Direto ao Consumidor. Não basta vender. O varejo também quer emprestar dinheiro ao seu cliente.

As vantagens de novo negócio para o varejo são consideradas grandes. O número de pessoas barradas nos balcões das instituições financeiras porque não têm renda mensal mínima suficiente exigida para conseguir um empréstimo é muito grande.

E se as financeiras, ao contrário dos bancos, aceitam emprestar para quem ganha menos, é certo também que é elevado o número de consumidores que não conseguem arcar com os altos juros, de até 18% ao mês, cobrados por elas.

Depois do sucesso conseguido com os cartões próprios, lojas e supermercados querem brigar pelo segmento de crédito direto ao consumidor.

Custo menor – Com a promessa de taxas de juros mais baixas e menor burocracia na hora de emprestar dinheiro, as lojas de varejo pretendem dividir em pouco tempo o espaço conquistado por bancos e financeiras.

A estratégia de ação será aproveitar o cliente que já possui o cartão da loja para oferecer o novo produto. Portanto, vai poder pegar o empréstimo quem já tiver o cartão da loja.

Quem tem o cartão C&A, por exemplo, já tem direito a uma linha de crédito pré-aprovada, dependendo do histórico de relacionamento.

“Se for um cliente bom pagador, poderá vir até uma das lojas e solicitar o empréstimo, sem que precise comprovar renda e cumprir outras burocracias”, diz Dárcio D'Agosto Filho, gerente de Produtos Financeiros da C&A.

A loja cobra em média 11% de taxa de juros ao mês nos empréstimos, que vão até 12 meses. A taxa não é das mais baixas, mas ainda está longe dos juros cobrados nas financeiras. E, por outro lado, tem a vantagem da não-burocracia.

Para ter o cartão C&A o cliente precisa de uma renda mínima familiar de R$ 200. “Não é costume do sistema financeiro emprestar para alguém com renda tão baixa”, diz D'Agosto.

A Riachuelo entrou na briga por esse mercado há um mês. Também está emprestando aos clientes que possuem o cartão da loja. A idéia de trabalhar com crédito pessoal veio após o sucesso obtido com o cartão de marca própria. A rede tem 7,6 milhões de cartões emitidos, que respondem por 75% das compras feitas nas lojas.

Competição – A Zogbi já tem seu próprio banco, de mesmo nome, usado pela loja para conceder emrpréstimos pessoais. Com esse novo serviço, o varejo leva até pessoas como Adilson Ribeiro de Souza e José Fábio Conceição uma vantagem que é uma ferramenta de competição, o custo menor.

“Acho ótimo que as lojas comecem a fazer esse papel, porque é muito mais fácil ir a uma loja do que a um banco, por conta das filas”, diz o empresário José Fábio Conceição de Oliveira. “Comecei a substituir o cartão de crédito pelos de lojas porque os juros são mais baixos”, diz. Além do cartão da rede Drogão, Oliveira possui cartão das lojas C&A, Riachuelo e Extra Supermercados.

Adriana Gavaça