Taxa de juros é a maior desde 2005, diz Anefac
As taxas de juros das operações de crédito voltaram a subir em janeiro de 2016, sendo esta a primeira elevação no ano e décima sexta consecutiva. De acordo com o diretor de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, estas elevações podem ser atribuídas aos seguintes fatores:
– Cenário econômico que aumenta o risco do crescimento nos índices de inadimplência. Este momento se baseia no fato de os índices de inflação estarem mais elevados, com aumento de impostos e juros maiores, que reduzem a renda das famílias. Agregado ao baixo crescimento econômico, deverá promover crescimento dos índices de desemprego. O fato de que as expectativas para 2016 são igualmente negativas quanto a todos estes fatores, leva as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência;
– Aumento das taxas de juros futuros por conta da turbulência política e econômica;
Das seis linhas de crédito para pessoa física pesquisadas, todas tiveram suas taxas de juros elevadas no mês (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras).
A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,11 ponto percentual no mês (2,96 pontos percentuais no ano) correspondente a uma elevação de 1,46% no mês (2,12% em doze meses), passando de 7,55% ao mês (139,78% ao ano) em dezembro de 2015 para 7,67% ao mês (142,74% ao ano) em janeiro de 2016, sendo esta a maior taxa de juros desde fevereiro de 2005.
Para pessoa jurídica, das três linhas de crédito pesquisadas, todas foram elevadas no mês. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 0,06 ponto percentual no mês (1,15 ponto percentual em doze meses), correspondente a uma elevação de 1,41% no mês (1,76% em doze meses) passando a mesma de 4,27% ao mês (65,16% ao ano) em dezembro de 2015 para 4,33% ao mês (66,31% ao ano) em janeiro de 2016, sendo esta a maior taxa de juros desde fevereiro de 2009.
Considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, tivemos neste período (março de 2013 a janeiro de 2016) uma elevação da Selic de 7,00 pontos percentuais (elevação de 96,55%) de 7,25% ao ano em março de 2013 para 14,25% ao ano em janeiro de 2016.
Neste período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 54,77 pontos percentuais (elevação de 62,26%) de 87,97% ao ano em março de 2013 para 142,74% ao ano em janeiro de 2016.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 22,73 pontos percentuais (elevação de 52,16%) de 43,58% ao ano em março de 2013 para 66,31% ao ano em janeiro de 2016.
Tendo em vista o cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência, a tendência é de que as taxas de juro.