Notícias

TAV – Desenvolvimento em alta velocidade

Guarulhos, 26 de outubro de 2009

O Brasil ainda vive o calor da comemoração por sediar em 2016 os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e já aquece a torcida para ver em casa a Copa do Mundo de 2014. O ano da copa nos relembra que o país tem apenas quatro anos para tornar realidade o Trem de Alta Velocidade – TAV. A expectativa é de que o trem esteja deslizando sobre os trilhos justamente para a copa de 2014 saindo de Campinas, passando por Guarulhos e seguindo ao Rio de Janeiro. Um sistema de trens interligando o eixo Rio São Paulo trazendo um cenário europeu de transporte rápido, eficiente e moderno é tudo que o torcedor quer e as pessoas que sempre transitam entre as duas regiões torcem para acontecer.

A grandiosidade da obra salta aos olhos. São necessários investimentos de R$ 34 bilhões para erguer o segundo projeto mais importante do país e que ligará as duas maiores regiões metropolitanas do Brasil. Só perde para o pré-sal. O objetivo do TAV é atender uma demanda de 33 mil passageiros em duas horas no trajeto de Campinas, Guarulhos e Rio de Janeiro por meio de uma malha ferroviária de 500 quilômetros a uma velocidade estimada de 350 km/h. Mas para realizar essa epopeia ferroviária é preciso muito, muito investimento e esta questão suscita muitas dúvidas.

Consórcios de empresas da França, Itália, Coréia do Sul, China, Japão e Espanha com iniciativas bem sucedidas demonstram interesse em trazer suas experiências ao Brasil. Acreditamos que o modelo japonês seja o mais consistente. As empresas japonesas que disputam a concessão implantaram em cinco anos o sistema conhecido como Shinkansen, que liga as cidades de Tóquio e Osaka. A extensão da malha é de 515 quilômetros e o trem atinge velocidade máxima de 320 km/h. Mas apenas o Governo Federal e o amparo do BNDES não darão conta do dinheiro necessário para fazer todos os estudos, licenciamentos, desapropriações e a construção dos trilhos e dos trens.

O consórcio japonês, por exemplo, já adiantou que não há a menor possibilidade do investimento ser totalmente privado. A partir daí começa a discussão sobre a segurança que os investidores precisam ter para fazer esses aportes tão importantes no nosso país. São necessários estudos profundos sobre a garantia de demanda de passageiros, coberturas de riscos, entre tantas outras questões que, se não forem rapidamente equacionadas, comprometerão os prazos e a própria viabilidade do projeto.

A maior parte da população elogia e apóia a decisão política do Governo Federal de implantar o TAV. Mas só vontade não fará o projeto sair do papel. A insegurança dos investidores deve ser contornada urgentemente para pagar esse sonho de ver um transporte de primeiro mundo acessível aos brasileiros. A ligação entre Campinas, e seu aeroporto de Viracopos, e as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro vai tornar nossa região uma das mais efervescentes do planeta e desenvolvê-la em alta velocidade. Um sonho com muitas dificuldades a serem enfrentadas, mas não impossível de ser realizado. 

Guilherme Campos
Deputado Federal (DEM-SP)
e-mail: dep.guilhermecampos@camara.gov.br