Supermercados não sentiram a crise
Os números da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) comprovam que não há crise no setor – pelo menos por enquanto. As vendas cresceram 4,16% em fevereiro, em comparação a igual mês de 2008. No bimestre, a alta foi de 5,37%. E o otimismo continua na Páscoa: a expectativa é de que o faturamento cresça 10,3%, em relação à data do ano passado.
Em comparação a janeiro deste ano, as vendas em fevereiro tiveram queda de 5,37%, o que já era esperado pela Abras. “Fevereiro é um mês mais curto, com menos dias úteis”, disse em coletiva de imprensa, ontem em São Paulo, o presidente da entidade, Sussumu Honda. “O setor de alimentos é um dos que mais demoram a perceber os efeitos de crises econômicas. Em algum momento a repercussão vai acontecer – mas não é possível saber quando.”
O número de vagas criadas no setor apresentou ligeira alta no mês passado, de 0,03%, com a geração de 9 mil postos de trabalho com carteira assinada. “O número é modesto, mas demonstra uma importante reação do mercado de trabalho formal após três meses consecutivos de quedas”, detalhou Honda
O valor da cesta básica com 35 produtos, considerados de largo consumo pelo indicador Abras Mercado, como alimentos, limpeza e beleza, teve queda de 1,6% em fevereiro, se comparado a janeiro deste ano – passou a ser de R$ 259,94. Mas, em relação a fevereiro de 2008, o índice apresentou alta de 12,15%. Entre os produtos que mais tiveram queda de preço em comparação a janeiro deste ano estão o tomate, com 12,64%; o feijão, com 7,2%; e a carne bovina (dianteira), com 7%. As maiores altas ficaram com o açúcar (13,76%), batata (9,42%) e ovo (7%).
Páscoa – O otimismo do setor de supermercados continua na Páscoa. De acordo com um estudo da Abras, 82% compraram mais para abastecer as prateleiras para a data, e 18% mantiveram o mesmo patamar de 2008. O único item que teve queda nos pedidos dos supermercados junto às indústrias foi o vinho importado, com 2,2%. A maior alta ficou com peixes, 13%. Logo depois aparecem no ranking os ovos de Páscoa, com 8,2%, a colomba (6,8%) e o bacalhau (6,3%). “A Páscoa, neste ano, terá um ponto positivo – acontecerá depois do quinto dia útil, quando os clientes recebem o salário. Os ovos de chocolate são os que mais chamam a atenção dos consumidores, por serem um presente barato e que agrada”, afirmou Honda
Os preços dos produtos da Páscoa vão ter 6,8% de alta, em média para o consumidor. Mas os preços pagos pelos supermercados na compra foram 10,6% maiores. Ou seja, os empresários vão ter que mexer na margem de lucro para não perder vendas. “O repasse de preços para o consumidor será menor.” O bacalhau, por exemplo, teve variação de 23% para os donos de supermercados. Mas o preço para o consumidor terá alta de 9,8%.
Ranking – O Carrefour é novamente o supermercado que mais faturou no Brasil no ano passado, com R$ 22,4 bilhões (alta de 16,7% em comparação ao resultado de 2007). Logo depois aparece o Grupo Pão de Açucar, com R$ 20,8 bilhões (aumento de 11,2%) e em terceiro lugar, o Wal-Mart Brasil, R$ 16,9 bilhões (crescimento de 13%). Os três líderes respondem por 73,4% do faturamento da lista, que engloba ao todo 20 supermercados.