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Supermercados médios crescem e aparecem

Guarulhos, 22 de abril de 2002

O ano de 2001 foi marcado por uma virada no perfil do varejo de supermercados, que movimentou R$ 79,2 bilhões, 10% a mais do que em 2000.

Pela primeira vez foi possível comprovar uma tendência que se delineou depois da estabilização da moeda: o avanço das redes médias de supermercados em detrimento das gigantes. Em 2001, as redes médias registraram taxas de crescimento de vendas ante 2000 de dois dígitos, superiores às dos hipemercados.

O faturamento das cinco maiores empresas em vendas cresceu, em média, 3,6% em 2001 na comparação com 2000. No mesmo período, as redes médias deram um salto. Isto é, o crescimento médio do faturamento da 6ª a 15ª maior companhia foi de 19% e da 16ª a 100ª, de 16%. Os números estão no 31º Relatório Anual da Revista Supermercado Moderno do Grupo Lund, uma espécie de radiografia do varejo de auto-serviço, que tem como amostra cerca de 13 mil lojas que respondem por 80% do faturamento do setor.

O Carrefour, que continua no topo do ranking entre as cem empresas que mais faturaram, com vendas de R$ 9,236 bilhões em 2001, teve queda de 2,8% na receita. O Pão de Açúcar, se manteve como vice-líder do setor e segundo essa pesquisa, ampliou em 6,07% o faturamento de R$ 9,061 bilhões.

Menores redes se destacam

Enquanto isso, redes médias, com vendas anuais inferiores a R$ 1 bilhão tiveram desempenhos de causar inveja a qualquer dono de hipermercado.

A rede D'Avó, com sete lojas em São Paulo, aumentou em 23,98% as vendas em 2001 na comparação com 2000. O Sonda, com nove lojas, faturou uma cifra 21,28% maior no período e supermercados Savegnago, com 13 lojas, cresceu 28,73%. A história se repete em Minas Gerais, onde as redes DMA Distribuidora, com 42 lojas, e Irmãos Bretas, com 34, aumentaram o faturamento em 34,29% e 27,69%, respectivamente.

Entre os seis maiores grupos, apenas dois, o português Sonae e o americano Wal-Mart ampliaram o faturamento em dois dígitos em 2001. O diretor do Grupo Lund e responsável pela pesquisa, Valdir Orsetti, explica que o crescimento do Sonae ocorreu em boa parte por causa das aquisições. No Wal-Mart, o bom desempenho é resultado da remodelação das lojas.