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Substituição de cheques

Guarulhos, 15 de agosto de 2002

arteO Banco Central quer estimular, cada vez mais, a substituição de cheques e ordens de pagamento por meios eletrônicos nas transações dos clientes com os bancos. Segundo o diretor de Política Monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo, essa será a segunda etapa do Sistema de Pagamentos Brasileiro. “Nessa segunda fase vamos nos concentrar na modernização dos instrumentos de pagamento, sobretudo os de varejo, com foco na segurança e eficiência”, disse.

Figueiredo falousobre o SPB para uma platéia privilegiada de executivos do sistema financeiro, que participavam do Fórum de Telecomunicações, promovido pela Associação Brasileira de Bancos Estaduais e Regionais (Asbace). De acordo com Figueiredo, o projeto, que está em fase inicial, levará dois a três anos para ser concluído. Durante esse período, o BC incentivará as instituições financeiras a oferecerem instrumentos eletrônicos de pagamento mais modernos, eficientes, rápidos e de baixo custo para os usuários.

Para o diretor, os cheques e os documentos de ordem de crédito (DOCs) não são seguros, uma vez que envolvem papel, sendo de custo elevado para a rede bancária. Ele admitiu, no entanto, que a mudança será lenta e gradual. “A transação com cheque faz parte da nossa cultura bancária”, reconheceu.

Na segunda fase do SPB, o Banco Central, de acordo com Figueiredo, vai tratar da padronização de comunicação dos sistemas, da integração de redes, do aumento da segurança dos instrumentos eletrônicos de pagamento e da truncagem dos cheques, o que significa que esses papéis que hoje transitam pela rede bancária não precisarão mais ser objeto de remessa física para conferência.

De acordo com Figueiredo o SPB, como se encontra, está consolidado. O movimento da Câmara de Compensação, por exemplo, já caiu de R$ 17,1 bilhões em julho de 2001 para R$ 14,2 bilhões no mês passado graças à queda de 35% na emissão de DOCs e de 10% nos cheques.

A expectativa do BC é que o volume da Compensação esteja em R$ 5 bilhões no início do próximo ano. “O nosso objetivo é reduzir ao máximo o volume de operações da Compensação, que não tem segurança, transferindo-as para o SPB. Dessa forma conseguiremos praticamente eliminar o risco sistêmico”, garantiu.

Vânia Cristino