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Siderúrgicas do Brasil querem aumento do imposto de importação do aço

Guarulhos, 11 de março de 2002

O setor siderúrgico brasileiro solicitou nesta segunda-feira ao Ministério do Desenvolvimento aumento da tarifa de importação do aço de 12% para 30%, como resposta à imposição de salvaguardas pelos Estados Unidos à importação do produto.

De acordo com Maria Silvia Bastos Marques, presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), que reúne 26 empresas do setor, esta é a única maneira de defender o mercado brasileiro da invasão do aço produzido em outros países. “Em face da desorganização do mercado siderúrgico, e pelo fato de outros países já terem elevado sua alíquota, o mercado brasileiro tem de se defender”, disse ela a jornalistas nesta segunda-feira.

Na semana passada, o governo dos Estados Unidos impôs tarifas de até 30% ao aço importado, como forma de preservar suas siderúrgicas.

A medida levou a União Européia, o Japão, a Austrália e a Nova Zelândia a reclamar da medida na Organização Mundial do Comércio (OMC). O Brasil também fez consulta à entidade na última sexta-feira.

Maria Silvia informou ainda que o IBS, junto com as indústrias do setor, está estudando uma maneira de substituir o carvão siderúrgico que é importado dos Estados Unidos pelo Brasil. “Vamos substituir por outro tipo de carvão. Ninguém vai romper contratos, mas não podemos continuar importando de um país que coloca barreiras para o nosso produto”, disse.

O Brasil importa dos EUA cerca de US$ 200 milhões por ano em carvão siderúrgico, produto utilizado no processo de produção do aço.