Notícias

Setor produtivo quer recursos públicos e prioridade nas compras

Guarulhos, 11 de junho de 2002

O debate sobre o projeto de Lei de Inovação, que tramita no Congresso Nacional, está sendo engrossado pelos representantes da Indústria, que pretendem ampliar sua fatia na distribuição dos recursos públicos destinados à inovação tecnológica.

A Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec) sugere alterações no projeto da Lei de Inovação, elaborado pelo governo federal.

Segundo o físico Roberto Nicolsky, diretor geral do Protec, o projeto permite uma maior flexibilização dos pesquisadores universitários junto às empresas, mas não favorece o setor produtivo como um todo. Para que isso aconteça, o físico acredita que o governo deveria comprar mais produtos nacionais, mesmo sendo um pouco mais caros que os importados.

“Esse critério não existe na Lei de Inovação. No momento, o governo dá preferência ao produto nacional, caso ele apresente um preço similar ao importado”, diz o físico Nicolsky.

Segundo ele, países como os Estados Unidos têm políticas de incentivo industrial. “O governo norte-americano passou a fazer mais contratos com as empresas nacionais de aviação, após 11 de setembro, para incentivar e dar suporte ao setor”, diz.

Para Nicolsky, é preciso que o governo estabeleça uma variação nos preços, de 10% a 15%, dos produtos nacionais em relação aos importados, a fim de incentivar a indústria brasileira.

“Com a política atual, não há como concorrer com os produtos importados”, diz o físico.

Para Nicolsky, o Protec objetiva criar condições para que o Brasil possa disputar o mercado interno globalizado, alavancar as exportações, substituir importações e gerar os saldos comerciais de que precisa para fechar as contas externas e reduzir a vulnerabilidade da economia.

Participam do Protec entidades como a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Fabiana Pio