Setor de alimentos teve queda de vendas em 2015
O setor de alimentos foi determinante para que as vendas do comércio varejista do país fechassem novembro de 2015 com queda de 7,8% na comparação com novembro de 2014. É a oitava retração consecutiva e a maior na série nos últimos 12 anos desde os -11,3% de março de 2003.
A constatação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quarta-feira, 13, a Pesquisa Mensal de Comércio (PME). Os resultados são predominantemente negativos com o volume de vendas no acumulado de janeiro-novembro de 2015 fechando em -4% e em -3,5% no acumulado dos últimos 12 meses. Já a receita nominal do setor, nas mesmas bases de comparação, mantém-se no campo positivo com variações de 3,35 e 3,6%.
Já o comércio varejista ampliado – que, além do varejo, inclui veículos, motos, partes e peças e de material de construção – encerrou novembro com variações positivas sobre o mês imediatamente anterior: 0,5% para volume de vendas e 1,1% para a receita nominal.
A queda de 7,8% na comparação com novembro do ano passado nas vendas do varejo teve perfil disseminado de resultados negativos entre as atividades que compõem o setor. O principal impacto negativo na formação da taxa geral no volume de vendas foi exercido pelo segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo com queda de 5,7%, seguido por móveis e eletrodomésticos (-14,7%), tecidos, vestuário e calçados (-15,6%) e combustíveis e lubrificantes (-12%). Segundo o IBGE, os quatro setores juntos responderam por mais de 90% do resultado global do varejo.
Para a gerente da PME, Isabela Nunes Pereira, a queda do poder aquisitivo do brasileiro, inflação elevada – principalmente dos alimentos – e juros altos determinaram a retração das vendas no varejo.