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Roberto Jefferson diz que Lula não gosta de trabalhar

Guarulhos, 10 de agosto de 2005

Declaração foi feita na reunião de plenária realizada no auditório da Associação Comercial de São Paulo

Apesar de ter sido chamado para debater a reforma política no Brasil, o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), continuou a disparar críticas ao ex-ministro e deputado federal José Dirceu (PT-SP), ao publicitário Marcos Valério e a aliados do governo federal, na tarde da última segunda-feira, 8, na reunião de plenária promovida pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e transmitida ao vivo pela Rede Vida de Televisão e Associação Comercial de Guarulhos (ACE-Guarulhos)
Desta vez o petebista não poupou nem o presidente Lula, que segundo ele, não gosta de trabalhar.

“Ele não gosta de trabalhar, delegou o trabalho para o José Dirceu. Ele gosta de andar de avião”, acusou.

Jefferson admitiu mais uma vez que, em seis mandatos de deputado federais consecutivos, deixou de declarar doações de campanha.

“O tempo todo, sempre”, admitiu.

Quando tratou do tema, defendeu a fidelidade partidária e se manifestou contra o financiamento público de campanha.

Segundo ele, o sistema não impediria o caixa dois das campanhas. Ele ainda alfinetou Marcos Valério, o qual acusou de ter interesse no financiamento publicitário das campanhas petistas.

“Não é a toa que o Marcos Valério armou todo o esquema, ele previa o campo que podia entrar”, comentou.

O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingues, disse que este era o melhor momento para a discussão da reforma política.

“A nossa obrigação é colocar a reforma política no centro da discussão e este é o papel das Associações Comerciais”, afirmou.

Para o debatedor, Cláudio Abramo, do Instituto Transparência Brasil, Roberto Jefferson fez “algo nunca feito na história do país”. Mas salientou que a discussão em torno da reforma política não pode atrapalhar a apuração da corrupção no Brasil. “A reforma política está sendo colocada neste momento para que não se olhe as raízes reais da corrupção”, declarou.


O debate contou ainda com a participação do professor Amauri de Souza, do ministro e presidente do Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral, Torquato Jardim, e Cícero Arada, da Ordem dos Advogados do Brasil.