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Reunião com Almeida busca solução contra demissões

Guarulhos, 15 de janeiro de 2009

Representantes de trabalhadores e empresários buscam soluções para impedir novas demissões em massa em Guarulhos, como as impostas nos últimos dias, na indústria da cidade, motivadas pela crise econômica mundial.

Com este objetivo acontece, nesta sexta-feira, reunião com o prefeito Sebastião Almeida (PT), e outros representantes do governo municipal, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), no Gopoúva, às 15 horas. Só na Cummins, multinacional norteamericana em Cumbica, 194 trabalhadores perderam o emprego entre dezembro e janeiro. Os presidentes dos sindicatos guarulhenses dos Metalúrgicos, José Pereira dos Santos, e dos Químicos, Antônio Silvan Oliveira, participarão, entre outros sindicalistas.

O diretor de Recursos Humanos da Cummins, Roberto Torres, não garante o fim dos cortes. “Se a coisa não piorar, não teremos novas demissões. Mas ninguém sabe o que vai acontecer nos próximos meses. Se a crise piorar, eu estaria enganando as pessoas se dissesse que não haveria mais demissões”, ponderou Torres. Segundo ele, outras alternativas foram tentadas antes dos cortes. “Temos o que chamamos de anéis de defesa, que são medidas para não demitir. Antes, buscamos cortar curtos, investimentos, congelamos contratações, concedemos férias coletivas. Tudo para salvar o emprego. Mas quando chegou janeiro e o quadro não melhorou, não tivemos outra alternativa. Precisamos demitir”, explicou ele.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos não concorda. “As indústrias ganharam muito dinheiro, principalmente nos últimos dois anos. Então, não dá para acreditar nessa história de que não dá para segurar os cortes. Mas não adianta lamentar. Precisamos agora, todos juntos, buscar saídas”, definiu Pereira. Ele adiantou que representantes de todas as centrais sindicais guarulhenses foram convocados para a reunião de amanhã. Para o presidente dos Químicos, anular o aumento das passagens de ônibus, no final de 2008, para R$ 2,50 será uma proposta levada ao prefeito. “É um contrasenso impor aumento de tarifa justamente no momento em que começa a crise. Além da redução do valor, a Prefeitura precisa tomar outras medidas para melhorar o transporte público, como integração entre terminais e [criação] do cartão do trabalhador.” Silvan informa que não houve cortes na categoria. “O que aconteceu foi a suspensão de investimentos e ampliação em função da redução da demanda.”

Demissões – Conforme noticiado pelo Guarulhos Hoje, demissões já atingiram centenas de metalúrgicos da cidade entre dezembro e janeiro: 200 na Valeo, 194 na Cummins, 40 na Messastamp, 35 na Yamaha, 70 na Hayes Lemmerz e 120 na Tower. O sindicato da categoria mobilizou trabalhadores e negociou pacotes de benefícios para os demitidos. Estudo do IBGE aponta que a produção industrial de novembro recuou 5,2% em comparação com outubro. Foi a maior retração desde maio de 1995.