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Relação comercial consolidada

Guarulhos, 08 de setembro de 2009

Apesar do antigo relacionamento entre França e Brasil, as trocas comerciais entre os dois países não evoluíram na mesma velocidade da instalação de empresas francesas por aqui. No ano passado, a balança comercial alcançou 7,49 bilhões de euros, sendo que as exportações brasileiras somaram 3,9 bilhões de euros – volume que coloca o Brasil na 22ª posição entre os principais fornecedores dos franceses.

Mesmo assim, esses números consolidam a liderança do Brasil como principal parceiro latino-americano, com 35,8% dos fluxos comerciais da região para o país europeu, bem à frente de México (14,3%), Chile (11,4%) e Argentina (8,7%), segundo dados da rede das Missões Econômicas no Brasil.

O presidente da Câmara de Comércio França Brasil de São Paulo (CCFB), Louis Bazire, minimiza esses números, dizendo que mais importante do que a balança comercial é o intercâmbio franco-brasileiro. “A balança comercial é o primeiro momento das negociações entre dois países. Considero que já estamos em uma outra etapa, de investimentos diretos no setor e parceiras entre os países”, afirma Bazire.

Na avaliação dele, apesar da posição de destaque que a China ocupa atualmente no mundo, o Brasil tem muito mais importância para os franceses do ponto de vista estratégico. “Prova disso é o fato de que o estoque de investimento francês no Brasil é de aproximadamente 10 bilhões de euros, enquanto para o país asiático não ultrapassa a marca de 4 bilhões de euros”, observa o presidente da Câmara.

Dominique Mauppin, representante da Ubifrance no Brasil e chefe da Missão Econômica de São Paulo, confirma essa preferência. De acordo com ele, o Brasil desponta como principal país emergente entre os 25 mercados prioritários para os empresários da França. “A crise econômica mundial reforçou o interesse francês em intensificar suas transações com o País. Isso porque, além de o Brasil não ter sido muito afetado por recessão econômica, tem um mercado aberto para a entrada de novas tecnologias e transferência do know-how de mercado e é um potencial parceiro”, avalia Mauppin.