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Protecionismo dos Países Ricos – Será que a América Latina supera essa?

Guarulhos, 15 de maio de 2002

O Presidente dos Estados Unidos George W. Bush assinou recentemente a lei que aumenta os gastos com a agricultura em USD 51,7 bilhõesao longo dos próximos 6 anos, lei essa conhecida como “Farm Bill”.Através dessa lei, o setor delaticínios e a lavoura recebem mais de 60% os subsídios sobre o que já vinham recebendo. Essa lei, em princípio, representa perda de mercado para os produtos agrícolas brasileiros, pois, os produtores americanos conseguirão vender mais seus produtos e para mais países.Sabemos que essa lei é resultado do forte “lobby” que os produtores norte-americanos fazem junto ao congresso. Os produtos brasileiros detêm maior produtividade e seus custos são bem inferiores aos norte-americanos, que, em visível reação de medo da concorrência internacional, vem tomando tais medidas protecionistas.

Numa análise mais ampla, podemos afirmar que tais medidas só tendem a incentivar mais a pobreza dos países menos desenvolvidos.Há alguns meses a revista do Mercosul (**) divulgou dados do relatório do Banco Mundial, apontando para a necessidade de remoção das barreiras comerciais impostas pelos países ricos aos produtos agrícolas dos países pobres. Nesse relatório, conclui-se que a abertura desses mercados é a única forma de reativar a economia mundial.

A economia mundial sofreu enorme retrocesso no último ano – apenas 1%, em detrimento ao pico de 13% no ano de 2000, que vinha de crescente evolução desde 1982 (***). Países da América Latina foram os que mais sofreram com a retração do comércio mundial, já que suas divisas são geradas, em grande parte, pelas exportações.

De acordo com o Banco Mundial a remoção das barreiras poderia aumentar o PIB dos países pobres em 0.5%. Na prática, 300 milhões de pessoas sairiam da faixa de pobreza até 2015 e 600 milhões deixariam de ser miseráveis.A liberação das barreiras geraria 1.5 trilhão de dólares aos países em desenvolvimento e 1, 3 trilhão aos países desenvolvidos.Segundo o Banco Mundial, os países ricos gastam, por dia, 1 milhão de dólares em subsídios às suas agriculturas, o que representa 6 vezes mais que toda a ajuda concedida aos países pobres.

Em suma, extinção dos subsídios ajudaria na redução da taxa de pobreza no mundo, servindo de base para evolução econômica e social de toda a humanidade. Será que protecionismo não segue a contra-mão da prosperidade, em longo-prazo, Senhores do Primeiro Mundo?

* José Roberto Vitorelli é Consultor em Logística e Comércio Internacionais, Diretor da ACIG e da MC Assessoria no desenvolvimento de novos negócios.

** Fonte – Revista do Mercosul, edição 79 de Janeiro de 2002.

***Dados do site www.economiabr.net

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