Pirataria dá prejuízo às indústrias de máquinas
A pirataria rende por ano ao setor de máquinas e equipamentos um prejuízo de R$ 5 bilhões e foi responsável pelo fechamento de 28 mil postos de trabalho. O levantamento é da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Segundo pesquisa da Abimaq, 72% do total de 1,4 mil empresas associadas são prejudicadas pela indústria da falsificação. O levantamento aponta ainda que o setor amarga uma queda de até 24% no faturamento por causa da concorrência ilegal de produtos falsificados.
Os problemas que as indústrias enfrentam com pirataria vão desde a cópia falsificada de produtos novos até a reutilização de equipamentos com prazo de validade vencido.
“Existem piratas que reutilizam produtos encontrados em ferros-velhos que ainda estão com o selo que identifica a fabricação e, quando o produto apresenta problemas depois de recondicionado, o fabricante muitas vezes acaba sendo prejudicado. Até provarmos que não fomos os responsáveis pelo problema acabamos arcando com os prejuízos”, afirma o presidente da Abimaq, Luiz Carlos Delben Leite.
Para deter a ação dos piratas no setor, a associação implantou o Programa Abimaq para Excelência (PAE), que tem como objetivo a utilização de selos em máquinas e equipamentos e em programas de controle de qualidade dos produtos. Leite aponta também a demora na concessão de marcas e patentes como um dos motivos que acaba privilegiando a pirataria. “Há casos similares falsificados até 30% mais baratos.”
Patentes
Durante palestra na sede da Abimaq, o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), José Graça Aranha, disse que a concessão de patente a um produto leva hoje de cinco a seis anos. “É, sem dúvida, muito tempo, mas no passado o prazo era ainda maior, dez anos. Estamos estudando opções para tornar a concessão de marcas e patentes mais ágil”, disse Aranha.