Pipoca, o melhor negócio do mundo
A pipoca é a mais lucrativa substância do planeta. Existem outros concorrentes, como a heroína e os fuzis do mercado negro, mas, do ponto de vista do varejista, a pipoca tem vantagens distintas. É legal, segura e não vicia e, diferentemente do petróleo e do fumo, não está atrelada a tributos especiais. Segundo um especialista, “não há nada que se compare” à pipoca no território do comércio legítimo.
Nos Estados Unidos, onde são vendidos 19 milhões de metros cúbicos por ano, as vendas no supermercado de milho para pipoca para consumo em casa gradualmente eclipsaram todas as outras. Na Grã-Bretanha, os cinemas lideram o ataque. São 342 multiplexes hoje – em 1984 não havia nenhum.
A pipoca também está se tornando mais lucrativa. Grão por grão, sempre foi uma proposta imbatível para o varejista, pois é comprada por peso e vendida por volume e, quando rebenta, enche-se de ar – coisa que não custa nada. Nos anos 50, a razão volumétrica entre o milho para pipoca e a pipoca rebentada era de 35 para 1. Graças à ciência, a proporção chegou a 55 para 1 e está aumentando. Isso é perfeito para os cinemas, porque você não compra um número de grãos, mas abundância.
O milho para pipoca custa quase nada. Exatamente o quão perto de nada é difícil medir, pois ninguém na indústria quer dizer, mas especialistas dão uma idéia. Eles dizem que o valor intrínseco dos grãos em uma quantidade de pipoca equivalente a US$ 1 é cerca de um centavo de dólar. Assim, o lucro imaginado seria de 10.000%.
Esse número deixa muita coisa de fora, como o custo da máquina de fazer pipoca, sal, manteiga, embalagem, aluguel, o intermediário, o roubo dos intermediários. Levados em conta tudo isso, o lucro real dos cinemas fica perto de 75% – um lucro enorme perto das baixas margens, de um dígito, em quase toda sua linha de gusoleimas.
Semanalmente, um contêiner de seis metros de diâmetro, com 20 toneladas de grãos, chega à Grã-Bretanha vindo do Meio-Oeste americano. No total, as três principais cadeias de cinema vendem cerca de 16 milhões de baldes de pipoca ao ano. Ao preço de R$ 10 a porção, isso equivale a mais de R$ 170 milhões de receita líquida anual. E isso, só nos cinemas de um único país.