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Petrobras reajusta preços de gasolina e diesel

Guarulhos, 14 de outubro de 2004

A Petrobras anunciou que reajustará os preços do diesel e da gasolina a partir da zero hora desta sexta-feira, 15. Nas refinarias, o reajuste do diesel será de 4,8% e o da gasolina, de 2,4%.

Na bomba, o reajuste será um pouco menor. O consumidor arcará, com um aumento estimado em 1,6% para a gasolina e em 3,8% para o diesel, mantendo-se as mesmas margens de distribuição e revenda, preço do álcool e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) praticados atualmente.

A Petrobras explicou o aumento com a alta do petróleo no mercado internacional. O barril negociado em Nova York acumula um aumento de cerca de 60% neste ano, sendo cotado a quase US$ 54. O recorde histórico para o preço do petróleo foi atingido durante o pregão da última terça-feira: US$ 54,45.

Com isso, o preço cobrado pela Petrobras ficou defasado em relação ao mercado internacional. Apesar da estatal produzir cerca de 90% do petróleo consumido no país, e depender marginalmente de importações, a empresa afirma ter a política de acompanhar os valores cobrados no mercado externo.

Segundo analistas, entretanto, mesmo com o aumento, o preço continuará defasado. Por isso, não é possível descartar novos reajustes de combustíveis ainda neste ano caso o petróleo mantenha-se nos atuais patamares.

Além disso, analistas também afirmam que a Petrobras manteve durante as últimas semanas o preço defasado por um motivo político: as eleições municipais. Terminado o primeiro turno, a estatal apenas anunciaria um aumento que já estaria decidido há muito tempo.

A Petrobras, entretanto, sempre informou que a demora no aumento dos combustíveis devia-se às fortes oscilações do preço no mercado internacional, que dificultavam a estipulação de um novo preço, e não a fatores políticos.

Juros

Caso decida por fazer uma série de pequenos aumentos no preço, a Petrobras poderá contribuir com as metas de inflação do Banco Central. Um forte aumento agora poderia inviabilizar o cumprimento da meta deste ano, cujo teto é de 8%. Antes do reajuste, a previsão do mercado era que o IPCA – principal índice de inflação do país – ficasse um pouco acima de 7% em 2004.

Com isso, ao decidir por aumentos graduais, a Petrobras pode evitar que o BC seja obrigado a promover fortes aumentos de juros para cumprir a meta.

Fabiana Futema