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Petrobras descarta reajuste trimestral da gasolina

Guarulhos, 09 de abril de 2002

O diretor de Abastecimento da Petrobras, Rogério Manso, descartou a possibilidade de que a Petrobras retome a política de reajustes trimestrais do preço da gasolina, como vigorava em 2001. Segundo ele, aquele era um modelo próprio de um mercado fechado. A partir da abertura deste mercado, Manso ponderou que seria muito difícil para uma empresa definir preços por um período tão longo, como um trimestre, já que o mercado tende a ter variações importantes ao longo do tempo.

Se essa política de reajustes a cada três meses voltasse a ser adotada, Manso anteviu duas possibilidades:

1) os preços poderiam ficar defasados em relação ao mercado internacional, podendo até inibir a atividade de algumas companhias. No passado, segundo ele, isso aconteceu. Houve um momento em que o preço da gasolina no mercado doméstico ficou abaixo do preço do petróleo no mercado internacional, fazendo com que as refinarias estabelecidas no Brasil tivesem margem de lucro comprimida;

2) a outra possibilidade seria a de preços domésticos acima do mercado internacional. Nesse caso, Manso ponderou que as refinarias não venderiam “uma gota” de gasolina, porque a alternativa da distribuidora seria importar a um preço mais baixo.

Ao ser indagado sobre a periodicidade dos reajustes da gasolina após o fim da atual política de transição, que vigorará por 90 dias, o diretor da Petrobras disse que dependerá muito da intensidade das variações dos preços internacionais. Com variações maiores, os reajustes seriam mais freqüentes, para evitar ajutes de grande intensidade. “A própria dinâmica do mercado vai ditar”, disse.

André Palhano, Rita Tavares e Silvia Fregoni