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Pequeno empresário deve descobrir o caminho das exportações

Guarulhos, 11 de março de 2004

ArteO modelo exportador brasileiro foi construído com base na atuação dos grandes conglomerados empresariais, concentrando a atividade nas multinacionais e grandes empresas. A cultura exportadora brasileira, portanto, não inclui o pequeno e o médio empresário, diferentemente do que ocorre em países como os Estados Unidos e Itália.

Para se ter uma idéia, segundo o Departamento de Comércio dos EUA, empresas com menos de 19 empregados contribuem com cerca de 50% das exportações do país. Já na Itália, a economia é movida pelos consórcios e cooperativas de exportação, formados por pequenos e médios empresários.

Brasil começa a se inserir no mercado internacional

Nesse sentido, o mercado brasileiro tem percebido cada vez mais na exportação uma estratégia para o crescimento econômico, como pode ser observado em 2003, quando o superávit da balança comercial atingiu US$ 24,831 bilhões, 89,2% acima dos US$ 13,126 obtidos em 2002, sendo um dos poucos setores que limitaram as perdas do crescimento da economia no ano passado.

Assim, o Governo Federal parece ter percebido o potencial de crescimento da inserção dos produtos brasileiros no mercado internacional e, juntamente com isso, o papel das pequenas e médias empresas nesse processo.

Pequeno e médio empresários devem exportar

Com isso, para participar do comércio, o pequeno e médio empresário deve ter a consciência de que a exportação deve ser uma ferramenta estratégica da empresa e não apenas uma alternativa em épocas de menor aquecimento do mercado interno.

Em diretrizes mestras, o pequeno e médio empresário deve seguir os seguintes passos para inserir seus produtos no mercado internacional:

Passo 1: o primeiro passo consiste em escolher um canal para a exportação dos produtos. De modo geral, empresas de menores portes preferem utilizar a modalidade de exportação indireta, na medida em que a escassez de recursos e de infra-estrutura não as permitem buscar compradores estrangeiros.

Para tanto, a empresa deve buscar uma empresa de comércio exterior ou profissionais que sejam especialistas na área de logística, qualidade, serviços aduaneiros etc. A empresa deve também efetuar o registro de exportador na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ou na Delegacia da Receita Federal mais próxima.

Passo 2: nessa etapa, devem ser determinados os possíveis importadores e distribuidores dos produtos no exterior, levando-se em conta fatores geográficos, econômicos, culturais, sócio-políticos e tecnológicos.

Passo 3: adequar o produto ao mercado de destino, em termos de preço, embalagem, rotulagem e outros quesitos técnicos para enquadrá-lo à legislação do país importador.

Passo 4: firmar contato com os importadores para o fechamento do negócio. Após a confirmação do fechamento do negócio, a empresa deixa todos os demais trâmites para o técnico de comércio exterior, que providenciará documentos de exportação ou embarque.

Por fim, para exportar, o pequeno empresário deve saber que deve investir e não tratar os gastos como despesas correntes.

Claudio Faria